As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta sexta-feira, 10, em alta, mostrando que o grande rali do mercado em 2015 não dá sinais de abatimento. O índice pan-europeu Stoxx 600 renovou o seu recorde histórico pelo segundo dia consecutivo, com alta de 0,76%, aos 412,24 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 3,63%.
A recente onda de fusões corporativas injetou ainda mais confiança no mercado acionário europeu, somando-se ao pagamento da Grécia ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ontem, que afastou, por enquanto, temores de um calote por parte de Atenas.
Como pano de fundo há ainda o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu (BCE), que compra 60 bilhões de euros por mês em títulos com o objetivo de estimular a economia do bloco. A medida provocou uma baixa recorde dos rendimentos de bônus soberanos, levando os investidores ao mercado acionário, onde há maiores retornos.
“O mercado de ações se mantém como a maior escolha dos investidores, à medida que os estímulos do BCE continuam a providenciar liquidez”, disse o economista e estrategista da Peel Hunt Ian Williams.
Além do estímulo ao mercado acionário, a farta liquidez oferecida pelo QE do BCE também tem provocado a queda contínua do euro em relação ao dólar e às principais moedas, o que favorece as exportações europeias e dá fôlego aos papéis de empresas expostas ao mercado externo.
Devido a isso, o mercado de ações da Alemanha tem a melhor performance entre os seus pares europeus por ter predominância de exportadoras. Hoje, a bolsa de Frankfurt fechou em alta de 1,71%, aos 12.374,73 pontos. Na semana, o ganho acumulado foi de 3,40%.
Os papéis do Deutsche Boerse, que comercializa valores mobiliários, subiram 2,94%, na expectativa de o índice DAX encerrar em novo recorde. Em meio a uma onda de fusões no setor farmacêutico, as ações da Fresenius avançaram 3,42% e as da Bayer ganharam 3,14%.
O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, subiu 0,31%, aos 23.877,25 pontos. Na semana, o ganho foi de 2,44%. As ações da empresa de comunicação Mediaset subiram 2,87%, impulsionadas por notícias não confirmadas de um interesse na francesa Vivendi.
A possibilidade dessa grande fusão no mercado de comunicações impulsionou também as negociações na bolsa de Paris. As ações da Vivendi subiram 1,05%, gerando interesse também pelas concorrentes – a empresa de telecomunicações Alcatel-Lucent ganhou 4,82%. Os papéis do Carrefour avançaram 2,04%, após a divulgação das vendas no primeiro trimestre de 2015. O índice CAC-40 teve alta de 0,60% hoje, fechando em 5.240,46 pontos, e teve ganho semanal de 3,28%.
Em Londres, o índice FTSE-100 fechou em alta de 1,06%, aos 7.089,77 pontos, renovando o recorde histórico. Na semana, o ganho foi de 3,75%. As ações da farmacêutica Shire tiveram a maior alta do índice hoje (4,80%), após a agência que regula o mercado de alimentos e remédios nos Estados Unidos informar que vai avaliar mais rapidamente a autorização para venda de um medicamento para tratamentos oculares.
A bolsa de Madri fechou em leve alta de 0,13%, aos 11.749,30 pontos, e avançou 0,99% na semana. Na contramão da maior parte dos mercados europeus, a bolsa de Lisboa caiu 0,26%, aos 6.308,18 pontos, mas acumulou ganho de 4,52% na semana.
