A maioria dos clubes do Campeonato Italiano se opôs às ideias de reforma da Liga dos Campeões, em proposta que vem sendo liderada pelo presidente da Juventus, Andrea Agnelli, e tornaria a competição mais elitizada. A liga italiana afirmou nesta terça-feira que uma “maioria significativa” dos 20 times da Série A se recusaram a apoiar uma mudança no formato dos principais torneios da Uefa a partir de 2024.
A entidade que organiza o Campeonato Italiano informou que apenas a própria Juventus defendeu o plano liderado por Agnelli, presidente da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla em inglês), durante uma reunião da liga em Milão, enquanto Milan, Inter de Milão, Roma e Fiorentina se abstiveram nesta questão.
Com o posicionamento oficial anunciado nesta terça, a Itália se junta às ligas na Inglaterra, Espanha, Alemanha e França, cujos membros também foram contrários à proposta da ECA. A associação quer que 24 das 32 vagas na fase de grupos da Liga dos Campeões sejam reservadas para os principais clubes da Europa, em vez de serem preenchidas de acordo com o desempenho dos times nas ligas domésticas do continente, como ocorre atualmente.
“Nós firmemente acreditamos que a qualificação para as competições de clubes da Uefa deve ser baseada única e exclusivamente no desempenho dos clubes em campeonatos domésticos”, ressaltou a liga italiana em comunicado, no qual acrescenta que “qualquer modelo semi-fechado colocará em risco o valor das competições nacionais”.
O conceito defendido pela ECA para implementar um novo formato para os interclubes europeus vem circulando desde março e também pede que a Liga dos Campeões passe a contar com grupos com oito times cada, em vez de quatro, como ocorre atualmente. Esta proposta garantiria aos clubes mais receitas nesta fase da competição, pois os times disputariam 14 partidas, e não apenas as seis que cada um faz no modelo vigente.
Uma opção para encontrar espaço no congestionado calendário europeu para realização de mais jogos da Liga dos Campeões é reduzir o número de clubes das Séries A nacionais de 20 para 16. Porém, desta forma, as ligas nacionais menores do continente correm o risco de ter menor valor comercial.
A proposta da ECA, se aprovada pela Uefa, aumentaria o número total de clubes dos atuais 80 de duas competições (Liga dos Campeões e Liga Europa) para 128 em três eventos da Uefa a partir de 2024, com acesso e rebaixamento entre as divisões destes torneios.
Uma competição do terceiro escalão do futebol europeu vai começar a ser disputada em 2021 e contará com 32 times, sendo que o evento poderá dobrar de tamanho três anos depois para ajudar clubes de países menores a continuarem envolvidos na competição além das fases eliminatórias.
O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, vai se reunir em 11 de setembro para discutir esta questão com representantes da ECA e das ligas europeias, que também se opuseram ferozmente à proposta apresentada pela Associação Europeia de Clubes.