Diversas atividades marcam a Semana da Pessoa com Deficiência, em Guarulhos, promovidas tanto por entidades como por setores da administração municipal. São os mais variados eventos que têm como objetivo maior melhorar a vida dessas pessoas que, via de regra, assistem seus direitos ultrajados das mais diferentes formas todos os dias. Conforme dados obtidos pelo HOJE, cerca de 10% da população guarulhense têm algum tipo de deficiência. Ou seja, mais de 120 mil indivíduos que vêem seus direitos serem simplesmente esquecidos a todo momento.
Costuma-se atribuir ao poder público quase a totalidade dos problemas vividos pelo cidadão. De certa forma, sempre pode existir uma forma de a Prefeitura interferir diretamente em questões que envolvem o bem comum. Desta forma, deve-se sim cobrar dos setores responsáveis para que punam exemplarmente aqueles que não estão fazendo sua parte. Por mais que uma calçada seja responsabilidade do proprietário de um imóvel, cabe à fiscalização fazer com que as leis sejam cumpridas. Em Guarulhos, é mais do que comum calçadas em desnível ou esburacada, praticamente impedindo que uma pessoa com mobilidade reduzida possa se locomover.
Por outro lado, há que se destacar que quase a totalidade da frota de ônibus, que faz parte do sistema municipal de transporte público, já está adaptada. São poucas as grandes cidades do Brasil que contam com tão alto índice de acessibilidade, que aqui já supera os 90% dos veículos. Ou seja, é possível perceber que o tema faz parte da agenda da administração municipal, o que demonstra ser um ótimo sinal.
Na terça-feira, a Secretaria de Transportes e Trânsito anunciou o início de uma campanha de conscientização para que os motoristas da cidade entendam que as vagas exclusivas para portadores de deficiência devem ser respeitadas.
Na verdade, isso é uma questão de educação, que reflete o quanto nossa sociedade está atrasada em relação a princípios de cidadania. Precisa todo um trabalho para dizer o óbvio. E, provavelmente, boa parte dos motoristas só passará a respeitar o próximo no momento em que começarem a ser multados, numa clara evidência que o brasileiro só aprende quando mexem com o seu bolso. Lamentável.
