Manifestante bate com mastro de bandeira na cabeça de jornalista em Brasília

Uma apoiadora do presidente Jair Bolsonaro bateu com o mastro de uma bandeira do Brasil na cabeça de uma jornalista da <i>Band News TV</i> que esperava para entrar ao vivo pela emissora durante manifestação em apoio ao governo, na capital federal. O episódio ocorreu pouco antes da participação de Bolsonaro no protesto.

Depois da agressão, a repórter Clarissa Oliveira relatou que o tom dos manifestantes foi "bastante agressivo" em relação à imprensa. A responsável pela agressão, de acordo com ela, circulava com a bandeira do Brasil chamando profissionais da imprensa de "lixo". Após acertar com a bandeira na cabeça da profissional, a mulher riu da situação e pediu desculpas, ainda aos risos.

Em nota, a direção de Jornalismo da Band lamentou "mais essa prova de desrespeito ao trabalho da imprensa". Segundo a emissora, foi feito o boletim de ocorrência. A Band afirmou que exige "punição exemplar a esse ato inaceitável de selvageria". "A agressão à nossa repórter, Clarissa Oliveira, durante manifestação em frente ao Palácio do Planalto, ofende a liberdade de imprensa e a todos os jornalistas", diz a nota.

"É absolutamente inadmissível que uma repórter, exercendo sua profissão, seja covardemente agredida por manifestante radical, que jamais saberá o real significado do direito de livre manifestação e da imprensa livre, um dos sustentáculos da Democracia", escreveu, no Twitter, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Ele é responsável por conduzir na Suprema Corte a investigação sobre a organização de atos contra a democracia no País.

No início do mês, em outro ato que teve a participação de Bolsonaro, profissionais do Estadão também foram agredidos por manifestantes favoráveis ao governo. Na ocasião, o fotógrafo Dida Sampaio foi alvo de chutes, murros e empurrões. Outros profissionais que trabalhavam no local também foram insultados verbalmente.

<b>Manifestação</b>

Da rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro acompanhou a manifestação, posou para fotos com 11 de seus 22 ministros, cantou o hino nacional e adotou um discurso ameno em uma transmissão ao vivo do ato. "Nenhuma faixa, nenhuma bandeira, que atente contra nossa Constituição, contra o Estado de Direito", disse o presidente durante a transmissão, em relação aos manifestantes.

O comentário marca uma diferença em relação à postura adotada em atos anteriores, como o do dia 19 de abril, quando Bolsonaro participou de manifestação contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso, em frente ao Quartel General do Exército.

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