Milhares de manifestantes tomaram as ruas da maior cidade equatoriana, Guayaquil, para protestar contra as políticas do presidente Rafael Correa, especialmente contra suas novas propostas tributárias. As manifestações, lideradas pelo prefeito Jaime Nebot, são parte da terceira semana de protestos contra o governo de Correa. Nesta quinta-feira, também houve grandes protestos na capital do país, Quito, e em outras cidades.
Emissoras de televisão mostraram imagens de milhares de pessoas na principal avenida de Guayaquil, levando bandeiras e cartazes com dizeres como “Chega de abusos, chega de impostos” e “Equador não é Venezuela”. Em um discurso duro, Nebot disse que o Equador passa por tempos difíceis, não apenas política, mas ideologicamente, e acusou o governo central de dividir os equatorianos, seguindo o caminho do regime venezuelano.
Os protestos contra o governo eram originalmente organizados através de redes sociais, mas agora são também liderados por oposicionistas políticos, sindicatos, populações indígenas e ativistas sociais.
Partidários do governo também realizaram grandes manifestações, muitas vezes ao mesmo tempo, mas separadas pela polícia.
Um projeto de lei para taxar heranças em até 77,5% e outro de um imposto de 75% sobre ganhos de capital do setor imobiliário foram o estopim dos protestos, que incluem reclamações contra as políticas econômicas do governo e contra o que os críticos descrevem como a postura ditatorial de Correa. O presidente diz que os protestos buscam desestabilizar seu governo e que os novos impostos buscam garantir mais igualdade.
Economistas dizem que as leis afetarão negativamente a economia equatoriana e as famílias, em uma nação onde 95% dos negócios são familiares. Na semana passada, Correa retirou temporariamente do Parlamento os dois projetos de lei, antes da visita do papa Francisco ao país, entre 6 e 8 de julho. Os manifestantes querem que as leis sejam definitivamente arquivadas.
O partido governista, Alianza País, controla 100 das 137 cadeiras da Assembleia Nacional. Os protestos contra as políticas de Correa devem seguir pelo menos até julho, quando sindicatos decidem a data de uma grande greve contra o governo. Fonte: Dow Jones Newswires.