Economia

Marcas de chocolate de Gramado avançam pelo País

Ao aproveitar a fama e a tradição dos chocolates de Gramado, duas marcas da região Sul traçam seus planos de expansão para levar o doce a outras cidades do País. A Caracol Chocolates tem 24 lojas e pretende abrir entre 12 e 15 franquias no ano que vem. Já a Chocolataria Gramado atua no sistema de licenciamento com 62 unidades e prevê atingir 100 lojas em 2018.

A principal diferença entre licenciamento e franquia é que enquanto no primeiro caso o contrato prevê, basicamente, a cessão do direito de uso da marca, no segundo também pode envolver transferência de know how de produção, comercialização e distribuição dos produtos.

A Caracol Chocolates, fundada em 1982, optou pelo crescimento por franquias no ano passado. Essa expansão foi motivada pelo interesse dos turistas que visitavam a cidade de Gramado, principalmente agora na época de férias e fim de ano, quando a região promove o evento Natal Luz com shows, desfiles e feiras. “Começamos a estruturar o projeto em 2012 e lançamos em 2013”, conta o gerente comercial da marca, Vanderlei Rodrigues dos Santos.

Atualmente, a Caracol tem cinco lojas próprias, nove franquias e 10 licenciamentos (que estão migrando para franquias). Das novas unidades previstas para o ano de 2015, metade deve ser instalada no Estado. “São Paulo é um mercado um pouco diferente. Entre as particularidades, percebemos que o paulista consome muito café e quem abre uma loja opta pela operação que serve a bebida”, afirma Santos.

O investimento para abrir uma unidade desse modelo é de R$ 270 mil, com previsão de retorno entre 24 e 36 meses e faturamento médio mensal na ordem de R$ 80 mil. “Nosso chocolate tem uma qualidade superior ao que se tem hoje no mercado. Esse é o nosso principal diferencial, um chocolate com maior teor de cacau e sem gordura trans”, afirma.

Já a marca Chocolataria Gramado é mais recente. Foi criada em 2010 pelos irmãos Marcio e Fabio Magnus. A dupla encontrou um mercado potencial para levar o projeto adiante. “Só se encontrava chocolate de Gramado em Gramado. Notamos essa dificuldade e, pela fama que a cidade tem, achamos que ela poderia ter um chocolate de maior valor agregado, mais sofisticado”, explica o empresário Marcio Magnus.

A empresa quis fugir daquela imagem de chocolate caseiro. Para tanto, focou na produção artesanal, mas em embalagens sofisticadas. Para iniciar os negócios, os irmãos compraram uma indústria e optaram pela abertura de lojas licenciadas. “Quero (abrir) franquia um dia, mas ainda não temos previsão para isso”, diz Marcio Magnus.

Para abrir uma loja licenciada da Chocolataria Gramado, o investimento necessário varia entre R$ 70 mil e R$ 110 mil. O valor oscila conforme o modelo: há quiosque, loja de presentes e unidade com café. Para esse último modelo, a previsão é de faturamento anual de R$ 800 mil a R$ 1,4 milhão.

Mercado

Na avaliação da sócia-fundadora da consultoria ba}Stockler, Angelina Stockler, o mercado tem espaço para novas marcas, apesar de um cenário de disputa envolvendo concorrentes estabelecidos, como Cacau Show e Chocolates Brasil Cacau. “O brasileiro ama chocolates e, além disso, gosta de novidades. E Gramado tem uma tradição de ter bons produtos”, conta a especialista, que alerta os pequenos empresários do ramo à dedicarem atenção especial ao trabalho de marketing. “O que essas marcas precisam entender para entrar no mercado é a proposta de valor que vão oferecer”, destaca. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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