A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) lançou sua pré-candidatura a deputada federal por São Paulo neste sábado, 2, reforçando o discurso de que o momento atual pede comprometimento com causas democráticas, como a defesa da saúde e educação públicas e o desenvolvimento sustentável. "Nós, às vezes, ficamos muito ansiosos em saber quem vai apoiar o quê. Mas esse é o momento de a gente pedir também para que nós, que somos lideranças políticas, candidatos do campo democrático, possamos dizer claramente com o que nós estamos nos comprometendo", afirmou diante do ex-prefeito Fernando Haddad, pré-candidato ao governo do Estado pelo PT com o apoio da Rede.
"E nós estamos nos comprometendo com saúde, educação, com o meio ambiente, com o combate ao racismo e com toda e qualquer forma de xenofobia. Nós estamos nos comprometendo com um Brasil com novos ideais identificatórios. E é com esse espírito que eu saio daqui. Esse Brasil que tem vocação para ser uma potência ambiental precisa ter seu equivalente político no Congresso e em todos os lugares, porque essa luta é muito maior do que nós que nos dispomos a representá-la", disse Marina, que mais uma vez fez afagos a Haddad depois de citar também a luta para que jovens pretos da periferia tenham um lugar no mundo.
"Isso quem consegue não é uma pessoa, não é mesmo um governo, ainda que possa ajudar muito. E é por isso que estamos apoiando aqui em São Paulo, depois de uma discussão, o Fernando Haddad. Ele está comprometido com essa agenda", declarou, sem mencionar mais uma vez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Assim como apoia Haddad em São Paulo, a Rede apoia Lula na disputa nacional.
Até declarar sua decisão de tentar voltar ao Congresso Nacional, agora como deputada, Marina era cotada para ser vice na chapa de Haddad. Em um breve discurso, o ex-prefeito comentou que o "distinto público de São Paulo" está recebendo a pré-candidata em festa, porque "é motivo de orgulho para os paulistas poderem contar com uma deputada da estrutura da Marina".
Ao citar porque decidiu disputar uma eleição por São Paulo – Marina nasceu no Acre -, a ex-ministra comentou que mora em Santos, no litoral paulista, com a família do marido e relembrou a primeira vez que esteve em São Paulo no ano de 1979 para realizar um tratamento contra malária e hepatite.
"É o momento de pedir para São Paulo não salvar a minha vida individual, mas nos ajudar a salvar a vida da democracia, a vida dos biomas brasileiros, a vida das mulheres tão agredidas, como nós sempre vemos, e, principalmente, nos últimos dias, e dos jovens pretos de periferia que não tem um lugar no mundo."
O evento "Marinas – Por São Paulo e pelo Brasil" teve a participação também do vereador Eduardo Suplicy (PT), do senador Randolfe Rodrigues (Rede), do deputado federal Túlio Gadelha (Rede) e das pré-candidatas Heloisa Helena (Rio) e Marina Helou (Rede), que também oficializou o lançamento de seu nome à reeleição na Assembleia Legislativa de São Paulo.