As ruas do Centro de Guarulhos são disputadas por ambulantes licenciados e marreteiros que não possuem autorização para vender suas mercadorias em vias públicas. Porém, a concorrência dura até o momento em que a fiscalização aparece.
"Enquanto não há fiscal na rua, vendemos nossos produtos tranquilamente. Mas quando a fiscalização chega, temos que correr para não perder a mercadoria", esclarece um marreteiro que preferiu não se identificar.
De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU), o município de Guarulhos conta com um total de 782 comerciantes ambulantes autorizados a exercer suas atividades. Somente no Centro, na rua São Vicente de Paula, são 60 camelôs regulares; 35 na Praça do Rosário; 30 na rua Nove de Julho; sete na rua 15 de Novembro e apenas um comerciante ambulante detém licença da prefeitura na rua Capitão Gabriel.
O engenheiro civil da SDU, José Maria Giroldo, declara que regularizar a atividade é importante para a organização da cidade. "Através da regularização a prefeitura consegue ter maior conhecimento sobre a demanda de pessoas que recorrem ao comércio ambulante".
Por enquanto, não há um número limite para conceder permissão aos comerciantes ambulantes, mas há um critério a ser seguido. "É preciso verificar se o local é compatível com a legislação e em seguida é necessária a apresentação de documentos do ambulante", acrescenta o engenheiro civil. Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Guarulhos, Jorge Taiar, os comerciantes ambulantes representam uma concorrência desigual para o comércio estabelecido, já que eles não precisam pagar aluguel, impostos, e tributos.
Situação se repete no Taboão
Conhecida como Feira do Rolo, o comércio ambulante na Praça 8 de Dezembro, no Taboão, divide opiniões entre os camelôs. O ambulante, Marcos Alexandre, 30 anos, trabalha há dez anos de forma regular e não se importa com os ambulantes irregulares no local. "Não cabe a mim resolver essa situação".
Em contrapartida, sua irmã e também comerciante ambulante, Rene Alexandre, de 32, não concorda com a permanência de camelôs sem licença. "Aos sábados aparece ambulantes que não tem permissão e não existe nenhuma fiscalização", relata.
A concorrência desleal é outra questão polêmica na Feira do Rolo. Alguns camelôs detentores de licença reclamam que os ambulantes irregulares acabam vendendo seus produtos mais barato, já que não precisam pagar taxas para a prefeitura.