Economia

Mauro Arce voltará à presidência da Cesp na segunda-feira

Mauro Arce, ex-presidente da Cesp entre janeiro de 2011 e abril do ano passado, voltará a comandar a geradora de energia de São Paulo a partir da próxima segunda-feira. A revelação foi feita na tarde desta sexta-feira, 09, pelo Secretário de Energia, João Carlos de Souza Meirelles.

Arce deixou na manhã desta sexta a Secretaria de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo e será responsável pelo processo de transição pelo qual passará a Cesp no decorrer de 2015. A geradora, cujo principal acionista é o Estado de São Paulo, deixará de operar algumas de suas principais usinas, como consequência do processo de fim das concessões promovido pelo governo federal no final de 2012.

Com o término da concessão das usinas Jupiá e Ilha Solteira, a Cesp diminuirá de tamanho e passará por um processo de reorganização, o qual será definido após a conclusão de um plano de negócios a ser elaborado por uma consultoria externa. O nome da empresa responsável pelo trabalho deve ser definido ainda neste mês. A contratação da consultoria estava prevista inicialmente para o final de 2014. “Precisamos fazer uma avaliação de qual será o mercado”, explicou Meirelles, após lembrar o fim do comando da usina de Três Irmãos pela Cesp a partir do ano passado.

Meirelles revelou que o governo de São Paulo tem várias opções para a Cesp. A privatização da companhia é uma delas, porém não para o curto prazo. “A empresa tem que se fortalecer. Precisamos resolver a situação de curto prazo (fim das concessões). Não é o momento de vender. Até porque, neste momento, ninguém compra nada de energia no País”, comentou o secretário.

As dificuldades enfrentadas por algumas empresas do setor elétrico, provocado pela Medida Provisória 579, a MP da renovação das concessões, criou um ambiente de incertezas e reduziu o valor de diversas empresas, incluindo a Cesp. Em dezembro passado, o presidente interino da companhia, Almir Martins, também defendeu o fortalecimento da companhia antes de qualquer eventual processo de privatização.

Meirelles descartou falar em privatização, mas reforçou a ideia de que a empresa precisa se fortalecer. Com recursos em caixa e um nível de endividamento equilibrado, a Cesp é vista como um ativo atrativo, porém o ambiente do setor é desfavorável.

“Temos várias hipóteses para o futuro da empresa. É uma empresa com caixa importante e, portanto, pode estar muito bem estruturada para quando o mercado de energia estiver regularizado no País, sem o drama de passivo que afeta as distribuidoras”, ressaltou Meirelles, em referência ao momento vivido pelas distribuidoras, que buscam neste momento um novo empréstimo no mercado. “Depois de o mercado estar bem definido, analisaremos as possibilidades a partir desse diagnóstico (da consultoria)”, complementou.

Esse processo, segundo Meirelles, não é para o curto prazo, dado que especialistas do mercado sugerem que a situação do setor elétrico continuará incerta no decorrer deste ano. A situação tende a se reorganizar somente a partir de 2016 ou 2017.

Meirelles também ressaltou nesta sexta-feira que o Estado de São Paulo precisa estar “presente na articulação” de novas fontes de energia elétrica, porém essa presença não precisa, necessariamente, ocorrer a partir de uma posição de acionista controlador da Cesp.

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