A perspectiva de desaceleração da economia da China deve ter impacto negativo de 0,3 ponto porcentual sobre o PIB brasileiro entre 2015 e 2016, segundo estudo da MCM Consultores divulgado na manhã desta sexta-feira, 11. De acordo com a consultoria, dada a importância adquirida pela China na demanda global, esse processo tem consequências imediatas para os grandes produtores de commodities, como, por exemplo, Brasil e Austrália. Nas estimativas da instituição, a China deve crescer 7,0% em 2015 e 6,7% em 2016. “No entanto, qualquer frustração das projeções para a China joga ainda mais para baixo a perspectiva para o desempenho do Brasil nos próximos anos”, dizem os profissionais. A expectativa da instituição para o PIB do País já é bastante pessimista: queda de 3,1% em 2015 e recuo de 1,3% em 2016.
O estudo foi realizado a partir de um modelo que considera uma série de variáveis, entre elas, PIB dos dois países, câmbio, preço do petróleo em dólar. “Desde o início do processo de rebalanceamento chinês, de 2011 até 2014, a média do ritmo de desaceleração do crescimento observado foi de 0,76 ponto porcentual ao ano. Para 2015 e 2016, nossa expectativa é de uma redução de ritmo mais modesta, da ordem de 0,3 ponto”, afirmam. Além do efeito sobre as exportações brasileiras, “um dos principais canais de transmissão do crescimento chinês no Brasil se dá via investimentos”, afirmam os economistas.
De acordo com a MCM, o impacto da desaceleração da economia da China sobre o crescimento brasileiro tem sido menor nos últimos anos, mas continua contribuindo negativamente. “O desempenho mais fraco da China teria reduzido a variação média anual do PIB brasileiro em 1,5 ponto porcentual de 2003 até 2011. Para o período subsequente, a contribuição da China passaria a ser negativa em apenas 0,6 ponto”, constatam os profissionais. “Independentemente deste movimento, nosso desempenho econômico nos últimos três anos e meio continua sendo fraco por conta da maior importância assumida pelos efeitos domésticos”, ressalta o estudo.
Desse modo, a consultoria, por fim, alerta que, neste momento, o risco maior é de frustração com o quadro externo, “o que imprime um viés pessimista para as nossas estimavas de crescimento para os próximos anos”.