Estadão

Mãe de jogador admite que denunciou técnico dos EUA por chutar esposa em 1991

A polêmica envolvendo o técnico da seleção americana masculina de futebol, Gregg Berhalter, que admitiu ter chutado sua mulher Rosalind em 1991, ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. A Federação de Futebol dos Estados Unidos havia anunciado na última quarta-feira que contratou uma investigação independente e o processo aberto levantou novas suspeitas de "comportamentos inapropriados". Nesta quinta, Danielle Reyna, esposa do ex-capitão dos EUA Claudio Reyna e ex-companheira de quarto e de time de Rosalind, revelou que ela relatou o incidente à federação no dia 11 de dezembro.

O atacante Gio Reyna, filho de Danielle e Claudio, não tinha bom relacionamento com o técnico Gregg Berhalter. Gio foi convocado para a Copa do Mundo do Catar, não entrou em campo e foi mandado para casa mais cedo após seu comportamento desagradar o treinador.

Em um comunicado, Danielle Reyna negou ter chantageado Berhalter e insistiu que não pediu para que ele fosse demitido. "Para esclarecer as coisas, liguei para Earnie Stewart (diretor esportivo da seleção dos EUA) em 11 de dezembro, logo após a notícia de que Gregg havia feito declarações negativas sobre meu filho Gio. Como parte dessa conversa, eu disse a Earnie que achava especialmente injusto que Gio, que se desculpou por agir de forma imatura sobre seu tempo de jogo, ainda estava sendo prejudicado quando Gregg pediu e recebeu perdão por fazer algo muito pior na mesma idade do meu filho". Berhalter não estará no período de treinamento dos EUA, na Califórnia, no final de janeiro.

O CASO
A Federação de Futebol dos Estados Unidos contratou uma investigação independente após Gregg Berhalter, técnico da seleção americana, admitir que agrediu sua mulher Rosalind, em 1991, quando ainda não eram casados. De acordo com a entidade, o processo aberto levantou novas suspeitas de "comportamentos inapropriados" praticados por Berhalter já no cargo de técnico da equipe nacional.

De acordo com comunicado divulgado pelo treinador, o caso de agressão de 30 anos atrás veio à tona durante a Copa do Mundo, depois que uma pessoa ligou para a federação e disse que tinha uma informação que o "derrubaria". "No outono de 1991, conheci minha alma gêmea. Estávamos saindo há quatro meses quando aconteceu o incidente que mudou o futuro de nossa relação. Uma noite, saímos para beber em um bar local. Rosalind e eu discutimos. Tornou-se físico e eu chutei as pernas dela", escreveu.

No comunicado, assinado também por Rosalind, o técnico conta que autoridades não foram envolvidas e que buscou "terapia para crescer, aprender e melhorar" após o episódio. Também afirmou nunca mais ter sido violento com uma mulher e que sente vergonha da agressão até hoje.

"Foi um evento único e isolado ocorrido há três décadas. Uma decisão horrível foi tomada por uma pessoa de 18 anos. Rosalind me perdoou. A intenção deste comunicado é mostrar transparência e reforçar que uma decisão ruim tomada por um adolescente não necessariamente o define pelo resto de sua vida. Não iremos nos esconder disso. Não fizemos na época, e não o faremos agora", disse.

Após a confissão pública de Berhalter, a Federação de Futebol dos Estados Unidos divulgou uma nota nesta terça-feira na qual anuncia a abertura de uma investigação independente realizada por uma empresa de advocacia. De acordo com o texto, o processo levou à descoberta de "um potencial comportamento inapropriado" do treinador.

"Nós expandimos nossa investigação para incluir essas acusações", diz o texto divulgado pela entidade. "Nós apreciamos Gregg e Rosalind por falarem abertamente sobre o incidente. Comprometidos com a transparência, vamos compartilhar publicamente os resultados da investigação quando estiverem completos. A Federação condena qualquer tipo de violência e leva as acusações muito a sério."

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