Estadão

Membro do Fed defende foco no mercado de trabalho e não descarta corte de juros em março

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode precisar começar a mudar seu foco da inflação para a desaceleração do mercado de trabalho dos Estados Unidos, argumentou o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, nesta sexta-feira.

Com o mercado de trabalho começando a esfriar e o Fed mantendo os juros no nível mais alto em 22 anos, Goolsbee disse que era importante "estar ciente de que historicamente quando a taxa de desemprego começa a subir, ela não aumenta apenas gradualmente. Ela tende a subir rapidamente."

Goolsbee defendeu que, com a inflação caindo em direção à meta de taxa de inflação de 2% do Fed, poderia ser apropriado que os dirigentes estivessem mais atentos ao risco de aumento do desemprego.

"É claro que estamos caminhando mais em direção a um ambiente equilibrado e, ao fazermos isso, e à medida que a inflação cai, temos que pensar sobre o quão restritivos queremos ser e se há perigos no lado do emprego do mandato", disse, em entrevista a um podcast do <i>The Wall Street Journal</i>, que será divulgado na íntegra na próxima semana.

Goolsbee, que vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), mas não nas de 2024, não descartou a possibilidade de o Fed cortar as taxas de juros na reunião de março, conforme precificado majoritariamente por investidores.

Questionado sobre os comentários a do presidente do Fed de Nova York, John Williams, de que o Fed não estaria discutindo cortes de juros, Goolsbee afirmou que apoiaria o aumento adicional das taxas se os dados econômicos apoiassem tal ação. Mas ele acrescentou que se a inflação continuar na trajetória atual, os cortes poderão ser apropriados.

"Devemos estar preparados para aumentar as taxas se pararmos de receber boas notícias e parecer que não estamos no caminho certo para atingir" a meta do Fed, disse Goolsbee. Mas também, se virmos a inflação cair mais do que esperávamos, devemos estar preparados para reconhecer se esse nível de restrição em que estamos agora, que é claramente restritivo, é apropriado e se devemos afrouxar" a política. Fonte: <i>Dow Jones Newswires</i>.

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