A menor aquisição de insumos pela indústria e o menor ritmo da produção têm prejudicado o setor de transporte de cargas, afirmou na manhã desta quinta-feira, 18, Juliana Paiva Vasconcellos, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por outro lado, a agricultura favorável e as exportações em alta beneficiam a receita dos serviços de transporte aquaviário.
Em abril, o transporte terrestre (que inclui a movimentação de cargas) teve avanço de 1,5% na receita nominal em relação a abril de ano passado. Já o transporte aquaviário viu sua receita bruta crescer 14,6% no período.
“Os transportes de carga são influenciados principalmente pela demanda industrial, que está caindo desde dezembro de 2014, tanto por conta da baixa aquisição de insumos pela indústria quanto pelo menor escoamento da produção”, afirmou Juliana. “A agricultura é a única atividade favorável e influencia o transporte aquaviário”, acrescentou.
Além do saldo positivo na produção no campo, o aumento das exportações também explica a resistência do setor aquaviário de transportes. “Desde novembro de 2014 o comportamento desse setor tem sido positivo. Agora, temos um saldo da balança comercial positivo”, disse a gerente.
A balança comercial brasileira registrou, em março, o primeiro saldo positivo do ano (US$ 457 milhões). Em abril houve outro superávit, de US$ 491 milhões. Além disso, as exportações cresceram em relação aos primeiros dois meses do ano.
Receitas
Apesar de a receita nominal dos serviços ter crescido 1,7% na média do País no período de abril ante o mesmo mês do ano passado, 14 das 27 Unidades da Federação tiveram queda no valor bruto de suas vendas, segundo o IBGE. Em São Paulo, porém, a alta foi de 3,3%, portanto acima do resultado geral.
Segundo o órgão, as taxas negativas mais intensas foram observadas em Roraima (-9,9%), Amapá (-9,8%), Maranhão (-6,8%), Espírito Santo (-4,8%) e Mato Grosso (-4,3%).
Por outro lado, tiveram crescimento acima da média na receita nominal Rondônia (7,9%), Ceará (4,5%), Mato Grosso do Sul (3,9%) e Bahia (3,1%).