O mercado de carros novos apresentou leve melhora na primeira quinzena de outubro em relação ao mesmo período do mês passado, mas segue abaixo dos números de um ano atrás.
Até o dia 15, foram licenciados 143,4 mil veículos, 1,9% a mais que na primeira metade de setembro (140,7 mil), e quase 5% abaixo na comparação com outubro de 2013 (150,9 mil).
No acumulado do ano, a vendas estão 8,9% abaixo do volume registrado em igual período de 2013, com um total de 2,669 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. A média diária de vendas nesta primeira quinzena está em 13.036 unidades, em comparação a 12.792 de setembro.
Segundo o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, para recuperar as perdas acumuladas pelo setor até agora seriam necessárias vendas diárias de 14,7 mil veículos até o fim do ano, número que não será atingido.
“Infelizmente, teremos uma queda em torno de 8% a 10% em relação a 2013”, disse Schmall. O presidente da General Motors América do Sul, Jaime Ardila, também projeta uma queda de 10% no ano.
Já a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mantém sua previsão de queda de 5,4% nas vendas em relação a 2013, para cerca de 3,5 milhões de veículos. Em todo o ano passado foram vendidos 3,767 milhões de veículos, quase 1% abaixo do volume de 2012, a primeira queda após dez anos seguidos de crescimento.
Fabricantes de veículos, autopeças e consultores apostam na volta do crescimento das vendas apenas para 2016.
Para Stephan Keese, responsável pela área automotiva da consultoria Roland Berger no Brasil, o que afeta o mercado atualmente é a falta de confiança dos consumidores e o financiamento ainda restrito e caro, cenário que, em sua opinião, não mudará em 2015.
Keese calcula em um terço a capacidade ociosa das montadoras atualmente. As fábricas atuais têm capacidade para produzir 4,5 milhões de veículos, mas o volume esperado para este ano é de cerca de 3 milhões de unidades. “Além disso, as novas fábricas que estão se instalando no País devem acrescentar mais 1 milhão de veículos à essa capacidade”, afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.