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Mercado publicitário e as MPEs

Artigo de Eduardo Pugnali, gerente de Inteligência de Mercado do Sebrae-SP

Mais que nunca é preciso acabar com o mito de que a publicidade é algo restrito apenas às grandes empresas. Basta uma visão de negócios apurada para perceber que os pequenos negócios não podem ficar à margem da publicidade e do contato com o público. Por isso eu chamo a atenção do mercado publicitário para a dimensão do setor das micro e pequenas empresas (MPEs).  

Ignorar um segmento que responde por 99% das empresas do País beira o incompreensível. Trata-se de um mercado que, pela sua importância, deveria fazer com que as agências de publicidade e anunciantes tivessem fortes motivos para olhar com mais atenção para um dos mais estratégicos setores da economia brasileira. Isso tem acontecido?

A eficiência das propagandas desenvolvidas pelas grandes agências de publicidade para o universo de 1% das empresas de médio e grande porte é indiscutível. Sem dúvida um mercado seleto, que movimenta milhões de reais por meio da veiculação de filmes de alguns segundos, que custam centenas de milhares de reais por exibição em cadeia nacional, ou com os milhares de outdoors espalhados por todo o País.

Mas a publicidade não se limita a grandes campanhas na TV ou em qualquer outra mídia de massa. Vivemos um período em que os donos de pequenos negócios têm a oportunidade de construir e conversar com sua audiência por meio de novos canais.

O que falta, na realidade, é unir as pontas dos mercados publicitários de pequenas e médias agências e dos empreendedores de comércio, indústria e serviços. É preciso aproximar as agências que desenvolvem trabalhos voltados às empresas pequeno porte – há interesse e mercado, uma demanda represada. Basta que preencham a lacuna e ofereçam alternativas acessíveis que deem resultados.  Com relativamente pouco dinheiro pode-se produzir uma infinidade de soluções como impressos, websites, materiais para ponto-de-venda, eventos, entre outros, para demonstrar produtos diretamente ao cliente. As possibilidades são amplas.

As redes sociais, um investimento relativamente barato, representam um campo fértil para esses empreendedores alavancarem seus produtos e serviços. Isso porque é cada vez maior o números de MPEs interessadas em desenvolver plataformas digitais de negócios; seja um site de e-commerce ou uma fan page – ou ambos.

Hoje, com a popularização dos smartphones, aumentou significativamente a visibilidade das redes sociais e o alcance de peças e campanhas produzidas com muita criatividade e pouca verba. E isso tem o poder de aumentar exponencialmente a aproximação entre os empresários, seus consumidores e potenciais clientes por meio da oferta de conteúdos bem trabalhados e posicionamentos bem feitos. Garanto que há mercado para essas iniciativas no universo dos pequenos e médios negócios.

O que as agências e anunciantes ainda não perceberam, e o Sebrae-SP tem orgulho de poder se oferecer para ajudar nessa empreitada, é que há vasto campo para falar com e aos donos de micro e pequenas empresas, e atuar mais próximo deles. Campanhas bem feitas, voltadas para esse segmento, têm grande chance de adesão. Nossos consultores, especializados, não raramente orientam os empresários sobre qual a melhor forma de investir em marketing, publicidade e demais atividades promocionais como distribuição de produtos, cupons, descontos, panfletos, propagandas de rádio e colocação comercial.

 

Trata-se de uma oportunidade que ainda não foi devidamente explorada. Aqui vale salientar que as MPEs respondem por 25% do PIB nacional e concentram 68% da força de trabalho do País. Hoje, o empreendedorismo por oportunidade atinge 71% daqueles que sonham em abrir o próprio negócio, o melhor resultado em 12 anos. Um filão que não pode ser desprezado. O Sebrae-SP está disposto a ajudar no incentivo à economia regional paulista e à cultura empreendedora.

 

Eduardo Pugnali é gerente de Inteligência de Mercado do Sebrae-SP

 

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