ESTADÃO: Depoimentos Sandra Cristina da Cruz Costa, contadora:
Para a contadora Sandra Cristina da Cruz Costa, de 50 anos, a falta de reajuste dos preços ainda não é tão visível no supermercado. “Venho pelo menos uma vez por mês, para a minha mãe e meu filho, que moram comigo. A gente ouve falar disso, de inflação em queda e redução dos preços, mas não dá para saber se isso acontece na prática.” Ela lembra que o ano passado ficou marcado pelo aumento do preço do feijão e que este ano as altas de preços foram mais tímidas. “Mas muito disso aconteceu porque os supermercados viram que não adianta aumentar preços em momento de crise, que ninguém compra, as coisas encalham.”
Adelson Rocha, taxista:
Pelo menos, a natureza está a nosso favor
O taxista Adelson Rocha, de 49 anos, também não sente redução nos preços do supermercado. “Quem vai na feira não tem voltado para casa com mais coisas do que conseguia comprar antes, não.” Ele reconhece que perdeu grande parte do poder de compra nos últimos anos, com a queda no número de clientes que tomam seu táxi, na zona norte de São Paulo, mas diz que a queda no preço do combustível ajudou a aumentar a renda. “Uma outra coisa boa é que aquelas altas absurdas de preço de tomate, de feijão, que toda hora apareciam nos jornais, não têm se repetido. Pelo menos, a natureza está conspirando a nosso favor.”
Osmar Lallo Júnior, representante de vendas:
Com a crise, os preços pararam de dar susto
O representante de vendas Osmar Lallo Júnior, de 54 anos, concorda com as estatísticas do IBGE. Para ele, os preços que tem pago por serviços, como estacionamento, barbearia e lavanderia pararam mesmo de aumentar este ano em relação ao ano passado e os cerca de R$ 700 que gasta na compra do mês no supermercado para a sua casa e a dos pais têm rendido tanto quanto antes. “A gente percebe alguns aumentos pontuais. A carne, por exemplo, subiu muito de uns tempos para cá, mas com toda essa crise, desemprego e incerteza, pelo menos os preços pararam de dar susto. É raro pensar em uma coisa positiva nestes últimos anos.” / D.G.
Cristina Aparecida, aposentada:
Continuo gastando, não vi nenhum refresco
A aposentada Cristina Aparecida, de 59 anos, acha que a inflação controlada não chegou no carrinho do supermercado. “Olha, só sei que continuo gastando a mesma coisa que gastava antes para fazer a compra do mês, não vi nenhum refresco.” Ela reconhece, no entanto, que os preços de alguns alimentos que sentiram a quebra de safra, como o feijão, no ano passado, voltaram a cair. “O arroz e o feijão voltaram ao normal, o preço tinha subido muito, por conta da falta de produto, e só retornou ao patamar de antes. Com o clima melhor neste ano, era para ter caído. Mas, pelo menos, parou de aumentar e dá para garantir o mínimo para a família.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.