A alta volatilidade do preço do petróleo no mercado internacional permanece, e apesar da queda do dólar em relação ao real, a defasagem dos combustíveis vendidos pela Petrobras no mercado interno em relação com os preços do Golfo do México, nos Estados Unidos, só aumenta, inviabilizando importações por médias e pequenas empresas, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
De acordo com levantamento da entidade, o diesel está com defasagem média no Brasil de 17% em relação ao mercado internacional, e até mesmo o porto de Aratu, na Bahia, que mantinha mais proximidade com a paridade externa, registra nesta quinta-feira defasagem de 16% em relação ao diesel do Golfo.
As refinarias brasileiras atendem 80% do mercado interno. Os 20% restantes precisam ser importados, o que tem sido feito pelas grandes importadoras como Raízen, Ipiranga e Vibra, apesar da falta de paridade dos preços com o mercado internacional.
A ex-refinaria da Petrobras na Bahia, Landulpho Alves (Rlam), que foi vendida em dezembro para a Acelen, braço no Brasil do fundo de investimentos árabe Mubadala, tem feito reajustes pontuais nos combustíveis, o que mantinha os preços alinhados do que a Petrobras em relação às importações. No último dia 19, porém, a Acelen reduziu o preço do diesel entre 2,7% e 3% em quase todos os mercados onde atua, seguindo o recuo do preço do petróleo para perto do patamar de US$ 100 o barril do tipo Brent.
Na quarta-feira, a commodity voltou a disparar e ultrapassou os US$ 120 o barril, e continuava em patamar alto nesta quinta-feira, cotado a US$ 119 o barril, por volta das 14 horas (de Brasília). Para equiparar os preços, o diesel deveria ter aumento de R$ 0,90 por litro nos postos brasileiros, segundo a Abicom.
Já no caso da gasolina, a defasagem média é de 10% e um eventual reajuste deveria ser de R$ 0,44 por litro.
Na Bahia, a defasagem da gasolina está em 4% na comparação com os preços do mercado internacional. No último dia 19, a Acelen reduziu o preço da gasolina em 0,8%.