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Metrô, uma luta de todos nós

Apesar de Guarulhos ficar a menos de 20 km da capital, isso não facilita em nada a vida dos moradores que se deslocam até São Paulo. Infelizmente, a realidade do transporte público entre as duas cidades faz de uma curta distância uma verdadeira eternidade para milhares de pessoas. Em pleno século XXI, não temos uma ligação por trilhos até a capital e dependemos basicamente de ônibus e carros que ficam parados em congestionamentos diariamente. Essa realidade apenas reflete a falta de interesse dos últimos governos estaduais em investir na expansão do Trem Metropolitano e do Metrô para além da capital.


O descaso com Guarulhos não se justifica. O prefeito Sebastião Almeida tem cobrado publicamente o governador Geraldo Alckmin sobre a necessidade da ligação de nossa cidade com o metrô de São Paulo. Isso ocorre desde a época em que Almeida era deputado estadual, quando inclusive o próprio Alckmin chegou a anunciar com festa que as obras do trem para Guarulhos se iniciariam até meados de 2010. No horário político do ano passado, o então candidato do PSDB fez novas promessas e nada saiu do papel. Enquanto isso, o ABC, que já possui um moderno corredor de ônibus ligado ao metrô, se prepara para ter uma linha de monotrilho – obras do governo estadual.


Em operação há 37 anos, o Metrô de São Paulo tem hoje apenas 74,3 km de extensão, a menor entre as onze maiores cidades do mundo – o que explica a sua superlotação. Com um crescimento médio de 2 km ao ano, levará mais de 200 anos para superar Nova York, líder do ranking, com 479 km.


Para se ter uma ideia desse descompasso, tome como base as contas do diretor da Federação Nacional dos Metroviários, Eduardo Pacheco. Segundo ele, quando o Metrô iniciou suas operações, São Paulo tinha quase 6 milhões de habitantes e uma expectativa de expansão que hoje deveria representar 300 km em linhas de metrô. Ele defende um modelo de planejamento e expansão do metrô paulista com a participação dos três níveis de governo (a União, Estado e Prefeituras) e um contrato de gestão com metas claras de construção e ampliação, sem descontinuidade de projetos ao gosto de cada novo governante, como ocorre atualmente.


A recente criação do Conselho do Desenvolvimento da Região Metropolitana deveria incluir a mobilidade urbana como pauta prioritária das cidades. Só isso, porém, não resolverá o problema. É cada vez mais urgente que a sociedade civil faça coro às reivindicações de nosso prefeito para exigir do governador Alckmin mais compromisso com Guarulhos nessa área. Essa é uma luta de todos nós.


 


José Luiz Guimarães


Vereador (PT) e líder do Governo na Câmara. Escreve às quintas-feiras nesta coluna

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