Opinião

Mídia responsável sai em defesa do Brasil


O jornal O Estado de S.Paulo, um dos maiores e mais respeitados do Brasil, publicou em seu editorial do último domingo uma posição marcante: a defesa da candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República. A Folha de S.Paulo, outra grande da mídia brasileira, não chegou a fazer uma declaração de votos, mas traz em sua linha uma postura bastante crítica aos desmando no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de sua candidata Dilma Rousseff.


A revista Veja, sempre controversa, há tempos desenvolve um trabalho jornalístico levando ao leitor uma série de escândalos ligados ao poder. A Rede Bandeirantes, em editorial lido pelo apresentador Joelmir Beting, deixou claro ser contra qualquer tipo de censura à mídia, como vem propagando Lula e petistas de expressão, como José Dirceu, e consta do Programa Nacional de Direitos Humanos. O jornal Extra, que pertence às Organizações Globo e circula no Rio de Janeiro, na semana passada trouxe uma capa ironizando a postura totalitária de Lula em seus ataques à imprensa.


Em Guarulhos, salvo algumas exceções isoladas, o Guarulhos Hoje é o único jornal que vem – não de agora – adotando uma postura crítica e independente em relação à administração municipal do PT, chamando a atenção da população para uma série de irregularidades que cercam a Prefeitura comandada por Sebastião Almeida. Não à toa, passa a impressão de que defende candidatos de outros partidos.


Vale ressaltar que, diferente do que quer fazer crer Lula ao dizer que a imprensa age como um partido político, tratam-se de diferentes veículos de comunicação, que concorrem entre si, mas que – diante da ameaça totalitária que se desenha a partir de uma possível vitória petista – adotaram discursos parecidos. Ou seja, não existe perseguição ou ódio algum em relação ao presidente ou a sua candidata, como petistas gostam de acreditar.


O que existe é uma noção exata do perigo que ronda o País, a partir de ensaios já realizados pelos partidários de Lula, em diferentes ocasiões nestes oito anos de governo, contra a democracia. Para piorar, com a aproximação das eleições e a iminente queda de Dilma nas pesquisas, Lula – que tenta se manter no poder a qualquer custo – passou a atacar a imprensa sistematicamente. Possivelmente com a intenção de iludir a opinião pública, criando a falsa impressão de que “somos nós contra eles”.


Nestes momentos, sempre é bom salientar, a sociedade tem que se unir contra ataques infundados à mídia. Afinal, até aqui, nenhum dos veículos citados inventou nada. As reportagens publicadas, inclusive, culminaram com a demissão de Erenice Guerra, o braço forte de Dilma na Casa Civil, pelo próprio presidente. Esta foi a demonstração maior do importante papel que os veículos de comunicação isentos e independentes têm dentro de uma democracia. Principalmente nestes tempos em que o Executivo consegue controlar boa parte do Legislativo e exerce grande influência junto ao Judiciário. Se não houver mais a imprensa livre, o totalitarismo se consolida.

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