Erguido no fim do século 19 em meio a um dos pontos turísticos mais bucólicos e de inestimável importância ecológica, o prédio que abriga o Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico do Rio, deve ser concedido à iniciativa privada para possivelmente se transformar em um hotel. Ao menos essa é a intenção do ministério do Meio Ambiente, que considera que a construção histórica é onerosa e subutilizada.
Em nota, o ministério justifica que o Museu do Meio Ambiente – reformado há menos de uma década por cerca de R$ 5 milhões em valores da época – "atualmente não possui exposições permanentes e recebe em média não mais que duas por ano". Ainda segundo a pasta, o prédio "possui área total de 1.780 metros quadrados e custo mensal que ultrapassa R$ 100 mil para funcionamento e manutenção".
O ministro Ricardo Salles visitou o local na semana passada e decidiu que o prédio vai para concessão. Segundo o ministério, porém, o modelo ainda está em fase de análise e estudos.
Após ser divulgada a intenção de entregar a instalação à iniciativa privada, políticos e público em geral se manifestaram contrários à ideia. Uma petição online já contava com quase 22 mil assinaturas no meio da tarde. Segundo o próprio museu, trata-se do primeiro da América Latina dedicado integralmente à temática socioambiental.
<b>Repercussão</b>
Líder do PSB na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon chamou Ricardo Salles de "antiministro do meio ambiente" em uma rede social. Ele afirmou ainda que irá ao Ministério Público para impedir a concessão do espaço, ideia que classificou como "absurda".
No Rio, o vereador Tarcísio Motta (PSOL) criticou a medida. "Tem de odiar muito o meio ambiente para ir o Jardim Botânico, visitar seu museu e sair de lá com a ideia de transformar o espaço num… hotel boutique! Para o nosso azar, Salles é o ministro do meio ambiente. E para o azar dele, nós faremos de tudo na Câmara pra defender o museu!" As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>