A sugestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adiar a Olimpíada por um ano em função da pandemia de coronavírus foi descartada pelo ministra japonesa encarregada da organização do evento esportivo. "Nem o COI nem o Comitê Organizador contemplam o cancelamento ou adiamento. Absolutamente, não", disse Seiko Hashimoto, em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira.
O COI e os organizadores de Tóquio-2020 mantêm a mesma posição há três meses, quando o surto do novo vírus surgiu na China. A doença se espalhou posteriormente na Ásia e agora em todo o mundo. E a mensagem insistente é de que os Jogos Olímpicos serão abertos em 24 de julho, conforme programado.
"Eu simplesmente não consigo ver que não há pessoas lá. Em outras palavras, que as pessoas não são permitidas", disse Trump a repórteres na Casa Branca, em Washington, na quinta-feira. "Talvez, e essa é apenas a minha ideia, se deva suspender isso por um ano".
Grandes redes de televisão e patrocinadores investiram bilhões de dólares nos Jogos Olímpicos. E o calendário esportivo internacional cheio parece deixar pouco espaço para adiar o evento por um ano.
Desde a primeira edição da era moderna, em 1896, os Jogos só não foram realizados por causa das Guerras Mundiais. "A melhor coisa que podemos fazer, para que os atletas não enfrentem confusão ou incerteza, é fazer o nosso melhor", disse Hashimoto, que participou de quatro Jogos de Inverno na patinação de velocidade. Ele obteve o bronze em 1992 e participou de três edições da Olimpíada de Verão como ciclista.
Um cancelamento ou adiamento teria inúmeras consequências, afetando patrocinadores, redes de televisão, 11.000 atletas olímpicos, 4.400 atletas paralímpicos, funcionários, companhias aéreas, hotéis e cerca de 80 mil voluntários inscritos para trabalhar nos eventos. Isso também implicaria em uma perda de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 4,7 bilhões) em ingressos já vendidos para as diferentes competições.