O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, usou suas contas no Instagram e no Facebook para declarar que permanecerá à frente da pasta. Seu partido, o PSB, o pressionava a desembarcar do governo desde a semana passada. Diante da demora em tomar a atitude, dirigentes e deputados passaram a defender a expulsão do deputado licenciado do partido, por permanecer no cargo mesmo após a legenda decidir oficialmente romper com governo Michel Temer.
Em texto postado na tarde desta terça-feira, 23, o ministro afirmou que “a saída do ministério, como orienta meu partido, não contribui para a construção da saída para a crise que enfrentamos”.
Segundo ele, o momento exige responsabilidade e equilíbrio frente o cenário nacional. “Há um ano, recebi do presidente da República a confiança e a missão de reestruturar setores estratégicos, marcados por conflitos e incertezas em decorrência de um modelo esgotado e incapaz de atender às necessidades do Brasil”, disse. “Tenho convicção de que, hoje, estamos contribuindo para a retomada do desenvolvimento com um projeto racional e transformador para os setores de energia elétrica, óleo e gás, biocombustíveis e mineração. Também estou certo de que esse movimento não deve e não pode parar”, completou.
A declaração do ministro confirma a apuração do Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que relatou ontem que Coelho Filho já havia indicado a dirigentes do setor elétrico que se manteria no cargo e teria recebido o apoio de diversas associações ligadas a energia.
O ministro sinaliza, em seu texto, que tomou a decisão após ouvir o presidente Michel Temer, “companheiros do Congresso Nacional”, sua equipe e o setor. “Mais do que gestos políticos, o momento exige coragem e atitude. Exige lealdade”, diz.
Confira abaixo o texto completo publicado por Coelho Filho:
“O momento exige responsabilidade ante os graves problemas da pauta nacional. Responsabilidade e equilíbrio.
Há um ano, recebi do presidente da República a confiança e a missão de reestruturar setores estratégicos, marcados por conflitos e incertezas em decorrência de um modelo esgotado e incapaz de atender às necessidades do Brasil.
Recebi do Presidente a liberdade para escolher e liderar uma equipe técnica, reconhecidamente respeitada, trazendo credibilidade e retomando o diálogo com o setor. Fortalecemos um ambiente de confiança, sadio, propositivo e livre da visão intervencionista e estatizante.
Tenho convicção de que, hoje, estamos contribuindo para a retomada do desenvolvimento com um projeto racional e transformador para os setores de energia elétrica, óleo e gás, biocombustíveis e mineração.
Também estou certo de que esse movimento não deve e não pode parar.
Ouvi o presidente da República, ouvi companheiros do Congresso Nacional, ouvi a minha equipe, ouvi o setor e ouvi a minha consciência. Mais do que gestos políticos, o momento exige coragem e atitude.
Exige lealdade.
A saída do ministério, como orienta meu partido, não contribui para a construção da saída para a crise que enfrentamos.
A melhor contribuição que devo dar ao país é o meu compromisso com a missão que me foi atribuída. Por isso permaneço no ministério.”