O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que a criação de empregos formais no mês de fevereiro representa a reversão de uma tendência negativa. A expectativa do governo, segundo ele, é que a geração de postos de trabalho ocorra também em março e abril.
“Quem aposta que o Brasil não vai dar certo vai errar”, afirmou. “As medidas do governo estão no caminho certo, serão aprimoradas e, se Deus quiser, mês a mês, portas e portas de emprego serão abertas para 13 milhões de brasileiros.”
O ministro desmereceu as avaliações de analistas segundo as quais a melhora de indicadores econômicos em apenas um mês não revela mudança de tendência. “Não é sempre que os analistas acertam”, afirmou. “Nós observamos uma desaceleração no número de desempregados no País. Isso vem ocorrendo nos últimos meses.”
Nogueira destacou que a indústria de transformação gerou vagas em janeiro e fevereiro. “Estamos acreditando que é uma retomada, uma inversão da curva. Podemos comemorar essa inversão da curva. Estamos convictos de que, a partir de agora, vamos sempre ter dados positivos para apresentar.”
Nogueira disse ainda que seu otimismo vem do fato de que o comércio ainda não registrou geração de empregos nos dois primeiros meses do ano. “Ainda não tivemos os efeitos dos investimentos que devem ocorrer em razão da liberação do FGTS”, afirmou.
“O varejo deverá ser afetado positivamente por essa iniciativa”, afirmou. “Os números em fevereiro só não foram melhores porque o comércio ainda foi negativo. A partir de março, os números do comércio já serão positivos e, consequentemente, os demais setores também serão beneficiados.”
O ministro disse ainda que o governo vai voltar a convocar entrevistas coletivas todos os meses para divulgar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
Nogueira foi questionado sobre o motivo de a divulgação ter sido transformada num evento de governo, com a presença do presidente Michel Temer. Nos últimos meses, a prática do ministério é divulgar os dados por meio da internet, sem qualquer entrevista.
“É difícil comemorar dados negativos. Os números sempre foram divulgados e o ministério nunca se negou a dar entrevistas. Se é um pedido dos senhores, podemos fazer as demais divulgações com a presença do ministro”, afirmou.
O coordenador-geral de Estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, voltou a dizer que o governo não antecipou os dados do Caged de fevereiro, embora eles tenham sido divulgados menos de duas semanas após os de janeiro.
Segundo ele, as empresas têm prazo legal até o dia 7 de cada mês para enviar seus dados. Já o ministério leva um tempo para processar as informações e costumava divulgá-los entre os dias 18 e 20 de cada mês. Por problemas operacionais, a divulgação, nos últimos meses, foi feita entre os dias 20 e 25 de cada mês, segundo ele. “Nosso desejo é que possamos divulgar esses dados até o dia 15 ou 16 de cada mês, mas isso depende de fatores operacionais.”
Sobre o evento de hoje, Magalhães reconheceu que houve um “esforço maior” para que os números fossem fechados rapidamente. “A diferença não foi muito grande. Estamos fazendo investimentos para que possam antecipar isso, talvez para a segunda quinzena de cada mês.”