Após países europeus se expressarem contra a possível assinatura de acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse estar confiante que “resistências setoriais” ao tratado serão ultrapassadas. A previsão é que propostas de acordo de cada lado sejam trocadas no dia 14 de maio.
Reportagem publicada nesta quinta-feira, 14, pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostra que países europeus lançaram uma ofensiva para bloquear um acordo que incremente de forma substancial as exportações de açúcar, carnes e produtos agrícolas do Brasil e de outros países do bloco para a União Europeia. Em uma carta obtida pelo jornal, 13 de 28 governos europeus indicaram que um movimento nesse sentido é “uma provocação” ao setor produtivo europeu.
“Eles que terão de resolver essas questões ou eventuais contradições que se localizam dentro do próprio bloco”, afirmou Monteiro.
O ministro espera que a União Europeia ofereça uma perspectiva de acesso ampliado do Mercosul na área agrícola, ao mesmo tempo que os países sul-americanos deem maior exposição para bens industriais europeus.
A intenção do acordo comercial é liberalizar o comércio entre os blocos em até 15 anos. Em setores sensíveis para cada lado – segmentos da indústria, no caso do bloco sul-americano, e agrícolas, no europeu – as tarifas de importação só serão zeradas no fim desse prazo.