Cidades

Moradores da Ponte Grande pedem para que a população não maltrate saruês “visitantes” do bairro

O gambá é visto com frequência nas dependências do bairro; ele tem uma grande função para a população

Uma publicação no grupo da Ponte Grande no Facebook alerta para a presença ilustre de um visitante que, muitas vezes pode ser confundido e maltratado por populares. Na última segunda-feira, 10/8, um saruê foi fotografado passeando pelas casas do bairro.

“Gente, vi um saruê no bairro, no meio da rua e não consegui tirar, foto pois quando ele me viu, se enfiou dentro do bueiro e não saiu mais. Acredito que tem muita gente que não sabe o que é uma saruê e a intenção desse post é tentar conscientizar que não se deve matar os bichinhos. Ele se parece com rato, mas não é. Ele tem uma grande importância na natureza”, alerta a publicação, que gerou inúmeras reações e imagens do bichinho passeando pelas vias próximas.

“São fundamentais no controle de pragas e se alimentam de escorpiões”, respondeu uma usuária. “Parabéns pela iniciativa em protegê-los. Eles se alimentam de animais que são nocivos para nós”, enfatizou outra internauta.

“Achei importante postar, porque já vi gente aqui no bairro tentando matar lagarto por maldade”, completa a publicação original.

O saruê é uma espécie de gambá que pode atingir até 90 centímetros de comprimento. Ele se alimenta de insetos, larvas, frutas, pequenos roedores, ovos, cobras, escorpiões, o que o torna importante para o controle de pragas urbanas. Ele não é parente dos ratos, pois trata-se de um marsupial, o que o aproxima mais de raposas e cangurus. Porém, apesar da fama, o animal não exala o mau cheiro quando ameaçado.

É importante adotar a precaução quando avistar o marsupial. Uma possível mordida do animal exige cuidados médicos. Suas garras também podem causar ferimentos. Portanto, é importante não se aproximar, pois, o saruê não vai incomodar o cidadão e ainda vai auxiliar no controle de pragas. Ou seja, sua visita só fará bem à população. 

Na Ponte Grande é comum encontrar o saruê. O grande número de árvores – adoradas por eles – presentes no bairro, deixam o ambiente favorável às suas visitas, cada vez mais frequentes por causa da urbanização. Os marsupiais estão procurando a cidade atrás de alimentos.

A região também é bastante frequentada por animais “perdidos” do Parque Ecológico do Tietê, tais como lagartos, macacos e quatis. Em agosto do ano passado, um saruê foi capturado pelo Patrulhamento Ambiental da Guarda Civil Municipal (GCM) na área e encaminhado à mata da floresta Itaberaba. Em fevereiro deste ano, foi a vez de um quati-de-calda-anelada ser encontrado dentro da EPG Cerqueira Cesar, escola próxima ao Estádio da Ponte Grande e devolvido ao Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras).

Consultas ou solicitações para o resgate de animais e sobre comércio ilegal de aves e animais podem ser realizadas pela Central de Atendimento da Guarda Civil Municipal pelos telefones 153 e 2475-9444. A central recebe chamadas 24 horas, ininterruptamente, todos os dias da semana.

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