Cidades

Moradores do Taboão e do Bela Vista são prejudicados com constante falta dágua

No Jardim Bela Vista a situação também é constatada

Há meses a cena se repete nos bairros Nova Taboão e Jardim Bela Vista. Duas vezes por semana, moradores têm que conviver com a falta de água nas torneiras das residências. Até mesmo o comércio sente os reflexos da escassez de água.

O professor Lenilton Vieira Freire, 29 anos, que mora na rua Nilce Malheiros de Alcântara, no Taboão, conta que a falta de água tem ocorrido ao longo de todo ano, mas piorou no último mês. "Depois da interrupção de abastecimento que abrangeu vários pontos da cidade, na semana passada, o problema ficou pior aqui". Ele explica que os moradores têm água em suas casas a cada dois dias. "Isso é um absurdo. Sem contar que quem mora em sobrado, não consegue usar a água, que volta muito fraca, sem força para chegar às torneiras".

Por conta do problema, a dona de casa Doraci Belina, 73, tem que lavar roupas à noite. "Quando a água chega já é noite e, como não sei como será o dia seguinte, lavo as roupas até altas horas", disse.

No Jardim Bela Vista a situação também é constatada. Há meses, a comerciante Vera Lúcia da Silva Torres, 49, moradora da avenida Maria Cerri, passa por transtornos com a falha do abastecimento, o que se agravou com a necessidade de cuidados especiais com seu esposo. "Meu marido está operado e preciso higienizar com frequência os pontos da cirurgia. Como posso ficar sem água?", indaga Vera.

A dona de casa Fabiana Santos, 28, menciona que as contas são pagas regularmente. " Não é justo não podermos escolher a hora de tomar um banho ou de lavar a louça".

Ao buscar informações junto ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), os moradores de ambas as regiões mencionam não obter informações precisas e, tão pouco, previsão para resolução do problema. "Chegaram a me dizer que o abastecimento na minha rua é assim desde 2005. Moro no mesmo lugar há 40 anos e nunca tive este problema", disse Vera Lúcia.

O Saae informou que os locais são abastecidos pelo sistema preestabelecido de 48h com água para 24h sem água e que em imóveis com caixa-dágua dimensionada para a quantidade de moradores, é possível minimizar os efeitos do período sem abastecimento.

Porém, a Pasta afirmou que irá avaliar se o sistema de abastecimento preestabelecido está sendo cumprido, instalando um medidor de pressão em um cavalete residencial (normalmente, isso é feito no ponto mais alto). O aparelho vai registrar as pressões da água no cavalete do imóvel por cerca de uma semana.

Saae lembra das dificuldades hídricas verificadas em Guarulhos

Segundo o Saae a cidade situa-se em uma região onde há um grave problema de disponibilidade hídrica para abastecimento de toda população. Enquanto a metade do volume de água consumido na região metropolitana de São Paulo é importada da bacia do Rio Piracicaba, em Guarulhos o problema de escassez de água é agravado por sua localização numa região de cabeceiras, onde os cursos-dágua apresentam baixas vazões, e por registrar crescimento populacional acima da média dos municípios da região metropolitana.

A Pasta ressalta que compra por atacado da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) cerca de 87% da água que distribui. A água comprada por atacado da companhia estadual vem dos Sistemas Cantareira e Alto Tietê. Os outros 13% de água correspondem à produção própria do Saae, por meio de poços profundos e das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Tanque Grande e Cabuçu.

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