A Assembleia Legislativa será na noite desta terça-feira, 16, a partir das 19h, o novo palco para que moradores dos Parques Continentais e regiões possam abrir um novo capítulo na intensa luta contra as reintegrações de posse favoráveis à Imobiliária Continental. De acordo com a Iacon, associação responsável pela Audiência Pública no Legislativo Estadual, cerca de 1000 pessoas devem estar presente na Casa de Leis.
"Está bem complicada. Nós não conseguimos resolver nada! Já tivemos três audiências públicas e nada. A gente precisa parar com essas reintegrações de posse que está tendo. Não tem negociações com ela (Imobiliária Continental) e simplesmente quer que saia das casas", declarou a vice-presidente da Iacon (Instituto Associativo Continental), Tarcilla Pereira.
Entre as principais reivindicações estão os prejuízos causados pelas ocupações da Continental em relação ao Meio Ambiente, a regularização fundiária, a suspensão imediata de todos os processos jurídicos movidos pela Imobiliária contra os moradores e o fim da remoção de famílias, por meio de reintegrações de posse individualizada. Eles também apontam o descaso das autoridades guarulhenses com o caso.
"Ela (Imobiliária Continental) não fala nada. Simplesmente não pagou sai da casa. Sempre tem uma desculpa. E para aqueles que pagaram sempre aparece uma dívida a mais pra não liberar a escritura. Por que ela não tem como passar as coisas pelo alto número de processos que possui. Não tem como provar que foi dona. Está muito confuso e complexo", explicou Tarcilla.
A dirigente do movimento popular relatou as condições, classificadas por ela com sub-humanas, em que são realizadas as reintegrações nas áreas em que o Poder Judiciário define ser de prioridade daquela empresa. Segundo Tarcilla, para evitar qualquer pagamento de indenização aos moradores, a Continental o trata como locatário do imóvel em que habitava antes da determinação judicial.
"Quando o juiz dá causa de ganho para a Continental, ela tem de pagar toda construção. Ela inventa um tal de aluguel de 0,5% para a pessoa que acaba devendo pra ela. E quem não tem pra onde ir, simplesmente joga as coisas na rua e acabou. Já presenciei pessoas com feridas, doentes na cama, crianças é muito doído", encerrou.
