O diretor de fotografia italiano Giuseppe Rotunno, colaborador de grandes diretores de Hollywood e da época de ouro da Cinecittà, chamado de "o mago da luz" por Federico Fellini e Luchino Visconti, morreu no domingo, aos 97 anos, em Roma, cidade onde nasceu. A família não informou a causa da morte.
Rotunno foi indicado ao Oscar de fotografia em 1980 pelo seu trabalho em All That Jazz – O Show Deve Continuar, de Bob Fosse. Mas foi no cinema italiano no qual ele se consagrou como grande mestre da paleta de cores, como no reforço de dramatização que ofereceu, por exemplo, a Visconti em O Leopardo. Ou mesmo no preto e branco de Rocco e Seus Irmãos, do mesmo diretor: difícil imaginar um jogo de apenas duas cores mais belo que esse.
Rotunno manteve grande parceria com Fellini, de quem fotografou diversos filmes como Amarcord, Satyricon, Roma, Casanova, Ensaio de Orquestra, Cidade das Mulheres e nostálgico E La Nave Va.
Ele iniciou sua carreira como fotógrafo em Cinecittà, mas logo perdeu o emprego por suas visões antifascistas. Convocado e enviado para a Grécia em 1942, ele serviu como cinegrafista do noticiário da unidade de cinema do exército italiano. Um ano depois, foi capturado durante a ocupação alemã da Grécia e passou dois anos internado na Alemanha. Libertado pelas tropas americanas em abril de 1945, Rotunno voltou para a Itália.
Foi lá, em 1955, que estreou como diretor de fotografia na comédia romântica Pão, Amor e… Foi o início de uma vasta e meticulosa carreira, em que se tornou conhecido por criar atmosferas realistas, opulentas, nostálgicas ou misteriosas através do uso engenhoso de técnicas de iluminação.
Seu último filme na função foi em Eu me Lembro, Sim, Eu me Lembro, documentário de 1997 sobre o ator Marcello Mastroianni, dirigido por Anna Maria Tatò.