Autor de Um Velho que Lia Romances de Amor (Ediouro), romance baseado em sua experiência na Amazônia e que conta a história de António Bolívar, um homem que vai viver com a mulher na maior floresta tropical do mundo e aprende que a vida na selva não é para qualquer um, Luis Sepúlveda morreu aos 70 anos, em um hospital de Oviedo, em decorrência de complicações do coronavírus.
Escritor chileno que vivia na Espanha desde 1997, Sepúlveda estava internado desde o dia 27 de fevereiro no Hospital Universitário Central de Astúrias. O escritor foi um dos convidados do Correntes DEscrita entre os dias 15 e 22 de fevereiro, um tradicional festival literário realizado em Póvoa do Varzim, em Portugal, e sentiu os primeiros sintomas do coronavírus dois dias depois de ter participado do evento. Ele deu entrada no hospital com pneumonia aguda e logo doi diagnosticado com o covid-19.
Luís Sepúlveda estreou na literatura em 1969, com Crônicas de Pedro Ninguém e escreveu cerca de 20 títulos ao longo de sua trajetória. Além de Um Velho que Lia Romances de Amor, publicado no Brasil em 2006 e disponível em sebos, Sepúlveda escreveu, ainda, obras como História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar, que foi adaptado para o cinema pelo diretor italiano Enzo dAlo e exibido no Festival de Cinema de Veneza em 1998, além de Nome de Toureiro e O Fim da História e Memorial dos Anos Felizes, sobre seu período de mais engajamento político.
Nascido em 1949, em Ovalle, no Chile, Sepúlveda se envolveu com política muito cedo. Em 1969, ganhou uma bolsa para estudar cinco anos em Moscou. Ele ficaria cinco anos, mas depois de cinco meses foi expulso por atentar contra a moral proletária – ele supostamente havia mantido contato com dissidentes soviéticos. Comunista e depois socialista, ele deu o nome de Carlos Lenine a um de seus filhos. De volta ao Chile, foi aliado de Salvador Allende e depois preso na ditadura de Pinochet. Foi exilado.