Morreu nesta sexta-feira, 12, o ex-governador do Estado de São Paulo e ex-ministro Paulo Egydio Martins, aos 92 anos. A notícia do falecimento foi transmitida pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Paulo Egydio governou o Estado durante o período da ditadura militar, entre 1975 e 1979.
"Meu amigo, transmito à viúva e aos seus filhos, parente e amigos a minha solidariedade. Paulo Egydio Martins foi um grande governador de São Paulo. Meu amigo, fiquei muito sentido e muito triste", afirmou o governador João Doria (PSDB) durante entrevista coletiva nesta sexta-feira, 12.
Paulo Egydio Martins era aliado do então presidente Ernesto Geisel e opositor da chamada linha dura do governo quando enfrentou sua maior crise política: o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-Codi, no dia 25 de outubro de 1975.
Em depoimento à Comissão da Verdade de São Paulo em 2013, ele disse que o crime fazia parte de um plano para endurecer ainda mais o regime. "Queriam um regime mais forte, mais violento", afirmou. Filiado à época à Arena – partido do regime -, ele se opôs à estratégia do general Ednardo Dávila Melo, comandante do 2.º Exército, que queria "aprofundar" o combate aos que tentavam "subverter" o governo. Em janeiro de 1976, ele foi o primeiro a informar ao presidente sobre o assassinato do operário Manuel Fiel Filho. O crime levou Geisel a exonerar Ednardo do seu posto.