Maior evento de cinema do País, a Mostra tem se pautado, ao longo dessas 41 edições, para ser uma vitrine do melhor da produção mundial. Aqui, você sabe que vai ver um panorama das tendências em voga, e até das vanguardas. Há filmes que chegam avalizados por grandes festivais – e por Cannes, o maior de todos.
A Mostra exibe pela primeira vez no Brasil o vencedor de Cannes deste ano. The Square, do sueco Ruben Östlund, ganhou a Palma de Ouro – a despeito do presidente do júri. Na coletiva, Pedro Almodóvar deixou claro que preferia outros(s) filme(s). Mas The Square levou, e também ficou claro que quem bancou a Palma foi outro jurado, o também diretor Paolo Sorrentino.
Um museu de arte moderna, uma performance, e vem à tona o pior das pessoas. Há uma boa dose de cinismo em The Square – o cinismo da sociedade, ou o de uma parcela considerável da arte contemporânea? Velhos humanistas, talvez nostálgicos de uma esquerda (em crise?), podem preferir O Outro Lado da Esperança, a tragédia dos refugiados vista pelo finlandês Aki Kaurismäki. O filme recebeu o prêmio de direção em Berlim. Kaurismäki ficou tão indignado, ou estava tão bêbado, que não se dignou a subir ao palco. O Urso de Prata lhe foi entregue na plateia.
O russo Andrey Zvyagintsev ganhou o prêmio do júri em Cannes por
Loveless. Um casal em crise, o filho que desaparece. Um soco no estômago não nocauteia tanto. O francês Alain Gomis venceu o grande prêmio do júri em Berlim por Félicité. Uma cantora em Kinshasa, seu filho que sofre um acidente. Um belo retrato de mulher – mãe e artista, além do mais.
A arte também está no centro de Esplendor, com o qual a japonesa Naomi Kawase venceu o prêmio do júri ecumênico em Cannes. E, claro, toda atenção para As Boas Maneiras, com o qual Marco Dutra e Juliana
Rojas venceram a Première Brasil, no
Festival do Rio.
O Outro Lado da Esperança:
Reserva Cultural. Sexta (20), 22h15.
Frei Caneca. Dom. (22), 21h30; 30/10, 13h30.
Splendor Paulista: 29/10, 15h40.