Movimentos de rua pressionam para que Segurança Pública fique com Moro

Parte da estratégia que elegeu Jair Bolsonaro (sem partido) presidente da República em 2018, movimentos de rua alinhados à direita política têm demonstrado insatisfação com a possibilidade de recriação do Ministério da Segurança Pública, hoje sob Sergio Moro, que também é ministro da Justiça.

Nesta quinta-feira, 23, o próprio Bolsonaro disse estar cogitando o desmembramento da pasta de Moro. O presidente diz ser "lógico" que Moro seja contra a divisão, mas reafirmou que o caso "é estudado com os demais ministros".

Nas redes sociais, os movimentos Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL), e Nas Ruas aderiram à campanha #SegurançaComMoro. Com níveis diferentes de adesão ao governo, os grupos abordaram de diferentes formas a situação que opõe Moro e Bolsonaro.

Para o MBL, mais crítico do governo, "Bolsonaro mente para Moro e para o Brasil" e leva adiante uma ideia "bizarra". O Vem Pra Rua adotou tom mais comedido em relação a Bolsonaro e focou no presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ): "finalmente os crimes caíram em todos os Estados do Brasil. Por que Rodrigo Maia quer retirar a Segurança Pública de Moro?", publicou o movimento em sua página no Facebook.

O Nas Ruas, que elegeu a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), intercalou publicações elogiosas a Bolsonaro com posts que pedem a permanência da Segurança Pública com Moro.

O nome do ministro da Justiça ficou durante todo o dia entre os assuntos mais comentados do Twitter brasileiro. Às 18h30, "Moro" acumulava mais de 140 mil menções na rede social. O ex-juiz não se pronunciou a respeito da possibilidade de ver sua pasta desmembrada, mas anunciou a criação de seu perfil no Instagram "para alcançar outro público na divulgação dos trabalhos do MJSP".

Para Bolsonaro, uma eventual retirada da Segurança Pública das mãos de Moro seria aceitável porque não fazia parte da proposta inicial, que fez Moro abandonar a magistratura para aderir ao governo. "Quando ele Moro foi convidado, não existia ainda essa modulação de fundir a Justiça com o Ministério da Segurança", argumentou o presidente.

Em resposta à pressão em favor de Moro, Bolsonaro publicou nas suas redes um texto assinado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Heleno, no qual está escrito que o presidente não apoiou o desmembramento "em nenhum momento", mas que é necessário confiar "no Capitão Jair Bolsonaro", caso contrário, diz o ministro, há risco de "devolver o Brasil à esquerda em 2023".

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