Nesta sexta-feira, 137 famílias que viviam na Viela da Furp, na região do Itapegica, começaram a desocupação voluntária da área. Os moradores estão se mudando para o Residencial Lavras, condomínio do projeto Minha Casa, Minha Vida, no bairro de mesmo nome.
Segundo moradores, a ação que teve início às 8h, não estaria de acordo com a lei, já que eles teriam que receber suas chaves primeiro para então se mudarem para os apartamentos. No entanto, eles já teriam pago três meses de prestações, além do valor de R$ 67,30 de taxa de condomínio, mas não tiveram acesso às novas moradiras. A advogada dos moradores, Roseane Benedito, explicou que as famílias estão sendo obrigadas a assinar uma autorização de demolição para conseguir pegar as chaves.
“Nós não queremos sair daqui desse jeito. Eu moro aqui há 19 anos, nossas vidas foram construídas aqui, perto do nosso trabalho, perto do centro e agora querem que a gente vá pro Lavras assim de uma hora pra outra, morar com um monte de comunidade que a gente não conhece ninguém. Nós não queremos isso”, explicou o eletricista Gabriel Galvão, de 32 anos.
No local os moradores estavam preocupados com a situação. Muitos relataram que souberam da mudança há cerca de três meses e sem a chave não conseguem organizar o local para que a família possa se mudar.
Os moradores relataram que na madrugada desta sexta-feira (15) uma equipe da EDP Bandeirante esteve no local para desligar a energia elétrica da viela, porém os moradores conseguiram reverter a situação. “Já recebemos o aviso de que a água também será cortada. Nós não somos bichos, eles precisam esperar a gente sair para fazer isso”, contou uma moradora.
Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, por ser uma Área de Proteção Ambiental (APA), a Prefeituraestá fazendo a desocupação a por determinação do Ministério Público, uma vez que a Promotoria de Meio Ambiente abriu inquérito civil para a desocupação do local.
A Secretaria esclareceu ainda que nesta sexta-feira (15) mais de 40 famílias estão sendo retiradas. O processo deve continuar no sábado (16). A desocupação não tem data para terminar e depende exclusivamente das famílias.
A mudança é coordenada pela Secretaria de Habitação e está sendo acompanhada de perto pela Polícia Militar, Guarda Civil Municipal e outras secretárias. A supervisão é feita pelo Departamento de Ação Comunitária, da Secretaria de Habitação, além de assistentes sociais.