Por conta de uma alteração no magnetismo da Terra, o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, precisou passar por mudanças operacionais em suas pistas, as mais afetadas, conforme reportagem da newsletter Todos a Bordo, publicada pelo UOL.
A mudança no campo magnético de nosso planeta afetou as bússolas, que são importantes na hora do pouso para os aviões se orientarem melhor na direção da pista. Por conta disso, a forma como os pousos são realizados na região precisaram ser modificados.
Estrutura
Cada pista de cada aeroporto possui grandes números pintados na cabeceira, que vão de 01 a 36. Estes são o ângulo que a bússola magnética dos aviões está marcando dividido por dez, a começar pelo Norte. O último número costuma ser desprezado e, se superior a cinco, é arredondado para cima.
Portanto, se uma pista tem a bússola apontada para 090º, a numeração será 09, enquanto a que está alinhada a 177º vira a pista 18.
Havendo duas ou mais pistas paralelas, os números são acompanhados de letras, sendo a da esquerda “L”, de left (esquerda, em inglês) e, a da direita, “R”, de right (direita, em inglês). Havendo uma pista central, a letra será a “C”, de centro.
Mudanças em Cumbica
Cumbica possui duas pistas, que tinham os números 27 e 09, acompanhadas das letras L e R. A alteração no campo magnético da Terra fez o Decea (Departamento de Controle de Espaço Aéreo), que é ligado à FAB (Força Aérea Brasileira) modificar a nomenclatura das pistas para 10L/28R e 10R/28L.
A mudança ocorreu da noite de quarta-feira (7) para quinta (8) e já passou a valer desde então. A GRU Airport, gestora do aeroporto, afirmou que, desde a inauguração do espaço, em 1985, esta é a primeira vez que se fez necessário tal mudança.
A concessionária afirmou ainda que as mudanças envolvem mais do que repintar as cabeceiras das pistas, mas também se faz necessário modificar a documentação de navegação, sistemas informativos do tráfego aéreo e a sinalização de solo de pistas e pátios.
Tais mudanças documentais são referências para os pilotos e são consultadas sempre antes da realização dos voos, para que o profissional fique por dentro de atualizações do aeroporto.
Já a FAB afirmou que a mudança no campo magnético “ocorre lentamente e, em média, altera um grau a cada dez anos”.