O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira, 14, ter autorizado o seu advogado a entregar ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), os seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Na chegada ao Senado, Renan fez questão de dizer que “a nenhum homem público é proibido ser investigado” e que não tem “absolutamente nada a temer”.
O Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, e o Estado.com revelaram na quarta-feira, 13, que a Polícia Federal encaminhou ao Supremo pedido para quebra de sigilo contra Renan, o senador Fernando Collor (PTB-AL), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), sobre investigações por suposta participação no esquema de corrupção envolvendo a Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato.
A PF enviou as solicitações a Teori Zavascki, relator da Lava Jato, em 7 de maio. Os pedidos foram protocolados em segredo de Justiça e de forma separada dos inquéritos nos quais os políticos são investigados. Nos casos em que Renan, Gomes e Collor são investigados, também foi requisitada quebra de sigilo fiscal.
O presidente do Senado disse que quer aproveitar esses momentos para esclarecer tudo. “Estou entregando ao ministro Teori (os meus sigilos), ele não precisa sequer despachar, todos os meus sigilos sem exceção”, afirmou.
“Existem aqueles que têm o que dizer e aqueles que não têm o que dizer. Da minha parte, fique absolutamente tranquilos que eu quero esclarecer, dar todas as informações e entregar o meu sigilo e quero que essas coisas se esclareçam o mais rápido possível”, destacou Renan.
O presidente do Senado desconversou quando questionado se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estaria exagerando nos pedidos. Também não quis responder sobre os pedidos feitos por Fernando Collor, seu aliado, de abertura que protocolou na terça-feira (12) quatro representações contra Janot, questionando decisões dele e alegando “crimes de responsabilidade”, o que poderia resultar no afastamento do chefe do Ministério Público Federal. Collor pediu que a Mesa Diretora do Senado, presidida por Renan, forme uma “comissão especial para analisar a admissibilidade das denúncias”.
Renan disse apenas que não sabe o que houve, no caso das representações de Collor, e que não tem nada a esconder porque tudo que faz ocorre à luz do dia.