Cidades

Ninguém consegue barrar avanço do aterro Klabin em em Guarulhos

Interdição por parte da Prefeitura. Ação movida pelo Ministério Público do Meio Ambiente. Autuação por crime ambiental. Investigação promovida pela Câmara Municipal de Guarulhos. Vistorias da Cetesb. Nada consegue barrar o avanço de um grande aterro em situação irregular, que ocupa 611 mil m² de área entre as rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna, na Várzea do Palácio, em Guarulhos. 
 
Em fevereiro, a Polícia Civil autuou por crime do meio ambiente 11 caminhoneiros, que despejavam resíduos na área.  A Cetesb também fez nova vistoria na área, mais uma vez identificou as irregularidades e a Prefeitura de Guarulhos interditou o local, com a instalação de blocos de concreto nas passagens. Mesmo assim, os caminhões burlaram os bloqueios e encontraram uma nova entrada para o terreno. 
 
O Aterro Klabin, cedido a Construtora Rodobase para receber resíduos da construção civil, cresce a cada dia. Em 2016, depois de uma denúncia anônima, o Ministério Público abriu um inquérito para apurar a degradação ambiental e pediu a suspensão das atividades no aterro. Grande parte da mata nativa foi devastada. 
 
Em entrevista à TV Globo, o promotor Ricardo Manuel Castro, que investiga o caso diz que os prejuízos são inúmeros.  “Traz não só para produção de água, de recargas de aquíferos, como também problemas de enchentes, de carregamento de resíduos, acaba afetando desfavoravelmente toda a drenagem da região metropolitana de São Paulo por conta de carregamento de sedimentos, que acabam afetando todo ciclo desses cursos d' água existentes naquela região”, disse. 
 
O Instituto de Criminalística constatou que nos fundos do terreno, fora da área de preservação permanente, a supressão da vegetação nativa em estágio inicial de regeneração está atingindo uma área total de cerca de 112,5 mil m², em parte já aterrada. Os técnicos disseram que há lançamento indiscriminado de entulho, terra, restos de plástico, madeira, material ferroso e pneu. E consideraram que há um risco potencial de poluir devido a deposição inadequada e sem controle dos resíduos no local. 
 
Em entrevista ao SPTV deste sábado, o dono da empresa Rodobase, Valdir Pires, responsável pelo terreno, diz que tudo foi feito com as devidas autorizações. E que apesar do embargo, a obra para construir um centro empresarial continua. “Não tem sentido nenhum, não vai alterar em nada, eu tenho direito de fazer tudo independente da vontade de quem quer que seja.” A Prefeitura de Guarulhos diz que a Rodobase já foi multada em mais de R$ 18 milhões. A Cetesb afirma que as fiscalizações feitas pela companhia ao longo do último ano levaram o Ministério Público e a Prefeitura de Guarulhos a tomar as medidas cabíveis diante do problema. 
 

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