O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse nesta quarta-feira, 24, ser preciso conferir um “novo status ao comércio exterior” e “participar mais desse movimento global”. O comentário foi feito durante a solenidade de lançamento do Plano Nacional de Exportações, que representa mais um esforço do Palácio do Planalto para reverter o desânimo com os rumos da economia e emplacar uma agenda positiva dentro do governo de Dilma Rousseff.
“Nossas exportações não correspondem ao tamanho da nossa economia. O Brasil é a sétima economia do mundo e apenas o 25º país em termos de exportação de bens. Temos uma participação de apenas 1,2% no volume total de exportações do mundo e apenas 0,7%, se considerarmos os bens manufaturados”, destacou o ministro, ao apresentar o plano.
“O comércio exterior é um tribunal da competitividade. Quem exporta é mais competitivo, porque tem mais economia de escala, melhora os padrões tecnológicos em função da pressão competitiva que existe nos mercados globais. O comércio exterior é fonte de dinamismo.”
Na avaliação do ministro, o Plano Nacional de Exportações confere previsibilidade, abordagem sistêmica do comércio exterior e desenvolvimento regional. “O governo quer incentivar uma maior participação das micro, pequenas e médias empresas no comércio exterior. O plano tem compromisso com a transparência e a parceria (com setor privado)”, disse Monteiro.
Conjuntura
Segundo Monteiro, a conjuntura do comércio exterior brasileiro foi influenciada nos últimos anos por uma combinação de câmbio valorizado e preços recordes de commodities. “Isso fez com que as exportações de commodities ganhassem ainda maior peso, por outro lado as exportações de manufaturados perderam dinamismo”, ressaltou.
“A conjuntura atual se inverteu. Enquanto os preços de commodities se situam em patamares inferiores ao registrado em anos anteriores, há claro movimento de desvalorização cambial. A variação do índice de preços de commodities agrícolas em um ano, considerando o período de junho de 2014 a junho de 2015, teve uma queda de preço nesse grupo de commodities de 31%, e no sentido inverso, nesse mesmo período ocorreu uma forte desvalorização cambial que alcançou 38,4%”, afirmou o ministro.
“A desvalorização cambial representa uma oportunidade, mas não é condição suficiente. O mercado internacional nos oferece mais oportunidades do que risco. Temos espaço para ocupar. Há um PIB equivalente a 32 Brasis além das nossas fronteiras.” Para o ministro, o comércio internacional “está distribuído em todas as regiões do globo e há oportunidades para produtos e serviços brasileiros em cada uma dessas regiões”.