O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta quinta-feira uma lei com o objetivo de reduzir o custo do transporte marítimo de mercadorias. Para a Casa Branca, a medida ajudará a aliviar os custos logísticos para varejistas, que permaneceram altos desde o início da pandemia de covid-19 e ajudaram a alimentar a inflação recorde.
O Ocean Shipping Reform Act foi aprovado por unanimidade pelo Senado em votação em março, depois de ganhar apoio bipartidário na Câmara. Ele autoriza a Comissão Federal Marítima a investigar multas por atraso cobradas por transportadores e proíbe transportadores oceânicos e terminais marítimos de se recusarem a preencher espaço de carga disponível.
O presidente também enfatizou que uma concentração de poder de embarque nas mãos de algumas grandes empresas alimentou os custos de transporte mais elevados de maneiras que prejudicam os negócios do país e agravam os problemas com a inflação.
"Essas operadoras tiveram lucro de US$ 190 bilhões em 2021, sete vezes mais do que no ano anterior", disse Biden. "O custo foi repassado, como você pode imaginar, diretamente aos consumidores, pressionando famílias e empresas norte-americanas porque eles podiam fazer isso."
O Federal Reserve elevou nesta semana sua taxa básica de juros em 0,75 ponto porcentual, a maior alta desde 1994, depois que dados divulgados na semana passada mostraram que a inflação nos EUA subiu em maio para o maior nível em quatro décadas, de 8,6%.
"As pessoas sabem que os preços estão muito altos e que temos que fazer alguma coisa, e esse era um dos culpados óbvios", disse a senadora democrata de Minnesota Amy Klobuchar, que co-apoiou a lei com o senador republicano de Dakota do Sul John Thune. "Há um monte de coisas, mas isso foi muito gritante." As novas medidas devem levar os transportadores a reduzir custos para acessar contêineres rapidamente, segundo Klobuchar. Caso isso não ocorra, os legisladores podem adotar outras ações, incluindo avaliar medidas antitruste. "Se eu fosse eles, prestaria muita atenção na votação unânime no Senado, na forte votação na Câmara, pois podemos agir muito em breve se não começarem a ser justos", afirmou.