Política

O governo não quer vereadores que questionem, diz membro do Centrão

“O governo não quer vereadores que questionem”. Assim o vereador Eduardo Carneiro (PSL), membro do bloco de centro, resumiu o desfecho da eleição da Mesa Diretora e a composição das Comissões Técnicas da Câmara,

Em ambas situações, o PT, partido do atual prefeito Sebastião Almeida, saiu com vantagem, conseguindo emplacar como presidente um dos principais parceiros da Prefeitura na prestação de serviços de transporte – o vereador Eduardo Soltur (PV), dois vereadores na mesa e manter em comissões estratégicas apenas membros da base governista.

"O entendimento que faço desse cenário é que o governo não quer vereadores que questionem. Eles conseguiram silenciar as comissões, instrumentos importantes para o exercício da atividade de fiscalização ao Executivo", afirmou Carneiro. De acordo com ele, o fato de a Comissão de Saúde e Higiene Pública ter perdido dois médicos (ele próprio e o vereador José Mário Stranghetti Clemente, PTN) é um prejuízo para a população.

Ele garante, entretanto, que continuará fiscalizando postos e saúde e hospitais e denunciando possíveis irregularidades. "Além das comissões, as denúncias poderão ser feitas junto à classe médica, a imprensa e ao Ministério Público. Não vamos nos calar frente absurdos constatados na área da saúde", acrescentou o vereador. Ele explicou, entretanto, que essa postura não deve ser vista como vingança ao governo.

"No coração dos membros do centrão não passa amargura, tampouco rancor. Continuamos sendo um bloco de centro, que continuará discutindo os interesses da população doa a quem doer. Perdemos no voto. Respeitamos, porém não concordamos com a decisão da maioria", esclareceu.

O vereador ressalta, entretanto, que a manobra articulada pelo governo não influenciará na votação de projetos de interesse do povo. Questionado sobre o posicionamento do grupo diante da votação do projeto que estabelece novas regras para a arrecadação do IPTU (Imposto Predial Territorial e Urbano), prevista para o próximo dia 27, Carneiro afirmou que "será seguida a linha da coerência".

De acordo com ele, o grupo irá propor uma emenda estabelecendo um teto para a cobrança. "O fator depreciativo dá margem para uma redução razoável do imposto, mas em contrapartida a valorização dos novos imóveis custará muito caro os proprietários. Precisamos estabelecer um teto para que ninguém saia no prejuízo. Nesse caso, nosso posicionamento será de discussão, mas caso não haja consenso a tendência é votar contra", adiantou o parlamentar.

O mesmo posicionamento deverá ser adotado pelo grupo na votação do orçamento referente ao exercício financeiro do município em 2011, estimado em cerca de R$ 2,7 bilhões.


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