Opinião

O perigoso uso da máquina pública nas eleições

Na véspera do comício que deveria contar com a presença da candidata do PT à Presidência na cidade, o Guarulhos Hoje flagrou, inclusive com fotos, funcionários públicos municipais e veículos da Prefeitura e Proguaru a serviço da montagem do palanque utilizado no evento, que reuniu candidatos da coligação petista, além do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Dilma, na última hora, não compareceu. Mas ficou evidente que a máquina pública foi utilizada a favor da campanha dos candidatos apoiados pelo prefeito Sebastião Almeida (PT).


 


No mesmo dia do comício, o GH trouxe a reportagem sobre o uso da máquina pública, embasada nas imagens registradas no local. Na ocasião, dirigentes do PT minimizaram o fato. Coincidência ou não, Dilma não apareceu no comício, livrando-se assim da ação impetrada pelo PSDB pedindo a cassação do registro das candidaturas de todos aqueles que subiram no palanque, levantado com a ajuda da Prefeitura e Proguaru, ou seja, com dinheiro da população.


 


Ontem, o GH trouxe reportagem sobre a ação proposta ao Tribunal Regional Eleitoral. E, em mais um exercício de atentado à democracia, militantes petistas passaram em diversos estabelecimentos onde há displays com exemplares do GH à disposição da população, recolhendo exemplares, como se isso inibisse a divulgação de um crime eleitoral.


 


Aliás, um dos maiores líderes do PT, que anda escondido pelo partido nos últimos anos, mas não menos atuante, o ex-ministro José Dirceu declarou entender que há no Brasil um certo excesso na liberdade de imprensa, em um ataque a um suposto monopólio dos grandes meios de comunicação de massa. Esse tipo de declaração, em período de campanha eleitoral, corrobora algo que o governo federal tentou camuflar depois que foi publicado ano passado na segunda edição do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH 2), que trazia – entre outras matérias – um certo controle em relação às emissoras de rádio e televisão.


 


Talvez, José Dirceu esteja preocupado com algo que – até aqui – o governo Lula, do qual fez parte durante boa parte do primeiro mandato até se demitir por conta do envolvimento no escândalo do Mensalão, não consiga controlar: a imprensa livre. Não deveria ser assim, já que, apesar das várias denúncias estampadas nos meios de comunicação, a candidata do presidente segue liderando todas as pesquisas de intenção de voto.


 


Porém, a cada dia que passa, a partir dessas ações – seja de militantes, de autoridades, como o prefeito Almeida que permitiu o uso da máquina no comício petista, e as declarações de José Dirceu – fica evidente que a população deve ficar bastante atenta a esse uso desenfreado de equipamentos do povo em benefício de uma campanha eleitoral. Somente com uma imprensa livre e independente é possível brecar qualquer onda totalitarista que se pretende implantar em um país democrático.

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