Como apontavam as últimas pesquisas de opinião publicadas ou mesmo aquelas utilizadas pelas campanhas dos candidatos majoritários, deu segundo turno em Guarulhos. O prefeito Sebastião Almeida (PT) volta a enfrentar o mesmo adversário de 2008, Carlos Roberto (PSDB). Apesar da diferença para a fatura ter sido liquidada neste domingo ter sido de apenas 0,35%, engana-se quem pensa que o jogo está decidido.
Valem algumas reflexões que demonstram como a disputa ainda está aberta. Em 2008, Almeida também havia chegado muito próximo à vitória no primeiro turno, ficando na faixa dos 48%. Naquela eleição, no entanto, Carlos Roberto ficou com apenas 23%, indo para o turno final pouco acima de Jovino Cândido (PV) que teve perto de 20%. Mesmo assim, o tucano avançou e fechou com 44% contra 56% do petista.
Porém, os tempos eram outros. Almeida se aproveitou da aprovação que o ex-prefeito Elói Pietá tinha junto ao eleitorado (acima dos 60%). Era um deputado que ainda não havia tido a oportunidade de administrar Guarulhos. Carlos Roberto, por sua vez, vinha numa crescente, já que iniciou aquela disputa com apenas 3%, tornando-se apenas na reta final conhecido da população.
Desta vez, Almeida teve a oportunidade de mostrar trabalho à população durante quase quatro anos. Porém, sua taxa de aprovação – segundo as pesquisas registradas – beira os 35% (exatamente o índice que ele teve neste primeiro turno – foi 34% do total do eleitorado). Ou seja, há em Guarulhos quase dois terços do eleitorado que não votou no PT no primeiro turno, seja porque preferiu o próprio Carlos Roberto, outros candidatos da Oposição, deixaram de ir às urnas, anularam ou preferiram votar em branco.
Assim, é fácil perceber que nesta segunda-feira inicia-se uma nova disputa em Guarulhos. Lógico que Almeida é favorito numa primeira análise. Porém, há muita munição para ser usada. Neste sentido, fora os apoios que o tucano poderá ter ou não de outros candidatos da Oposição, há ainda os efeitos que o julgamento do Mensalão (em sua fase final) que deve condenar vários caciques do PT e também os reflexos que a disputa paulistana entre Serra (PSDB) e Haddad (PT) causarão em Guarulhos.