Cidades

O vice deve fazer a diferença

Quem souber escolher melhor o nome do candidato a vice-prefeito pode sair na frente na corrida eleitoral. Os nomes dos pré-candidatos titulares já são bem conhecidos. Cada um tenta expressar que é melhor que os concorrentes, apesar de todos – sem exceção – terem calcanhares de Aquiles, que podem empurrá-los para baixo. Neste sentido, ao escolher um número 2 que seja fora deste “lugar comum” com qualidades que lhes faltam, eles poderão seduzir os eleitores. 
 
 
Vice também é gente
O que mais a gente tem ouvido por aí e visto nas redes sociais é eleitor da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) descendo a lenda no presidente em exercício Michel Temer (PMDB). A própria Dilma não economizou adjetivos ao seu companheiro de chapa, que esteve a seu lado por mais de cinco anos. Muita gente tenta tirar a legitimidade do substituto ignorando o fato dele ter recebido os mesmos votos da cabeça de chave.
 
Temer não foi o 1º 
Nos últimos 30 anos, Temer foi o terceiro vice-presidente que chegou à Presidência, sem contar os vários números 2 de prefeitos e governadores que assumiram os cargos por períodos maiores, quando os titulares deixaram o cargo para disputar alguma eleição, por exemplo. Em São Paulo, Alberto Goldman (alguém se lembra quem é ele?) ficou no lugar de José Serra por mais de seis meses quando o então governador José Serra saiu para disputar a Presidência em 2010. José Sarney só se tornou presidente, em 1985, porque Tancredo Neves faleceu antes mesmo de assumir. E Itamar Franco subiu a rampa do Planalto com o impeachment de Fernando Collor, em 1992.  
 
Os vices de 2012
Ou seja, por esses exemplos, fica evidente que pouca gente lembra de quem é o vice na hora de escolher seu candidato. Prestes a mais uma eleição para prefeito, seria interessante que os guarulhenses pensassem bem em quem pode vir a assumir o comando da cidade em um possível afastamento do titular ao longo do cargo. Sem ir muito longe, pode ser que alguns até se lembrem quem foram os candidatos ao Executivo na última eleição de 2012. Com a ajuda do Google, saberemos que, além de Almeida e Carlos Roberto que foram ao segundo turno, disputaram para prefeito Wagner Freitas, Jovino Cândido, Alan Neto, Joel Paradella e Ederaldo Batista. E quem foram os candidatos a vice? Alguém sabe? Até nas buscas da internet, é difícil saber. 
 
Será que ninguém aprende?
Neste momento em que se definem os nomes dos candidatos a prefeito que vão às urnas em 2 de outubro, apesar da importância, poucos valorizam quem será o vice. Até mesmo os pré-candidatos deixam esta decisão para o último momento, fazendo a escolha a partir de alianças políticas, sem se importar muito com a experiência ou história de vida de cada um. Salve poucas exceções, em que possíveis nomes a cabeça de chapa acabam como vices, muitos completam as chapas de forma figurativa. Creio que isso deveria mudar. E rápido. 
 
O vice do PT
No PT, que escolheu o ex-prefeito Elói Pietá como o pré-candidato, a corrida para o vice começou no dia da decisão. O vereador Moacir Souza, ao desistir de sua pré-candidatura para apoiar Eloi, largou na frente. Mas o derrotado deputado estadual Alencar Santana tenta a todo custo emplacar seu nome na chapa. Uma solução de conciliação seria a indicação da vereadora Genilda Bernardes, ligada a Alencar, para o posto. Mas o pré-candidato fala para quem quer ouvir que deseja um vice que venha de um outro partido aliado, como forma de ampliar as alianças. Difícil vai ser encontrar alguma legenda disposta a se aliar ao 13 neste ano. 
 
Em tempo
A demissão de Marcelo Charaba, o adjunto que se tornou secretário de Segurança Pública, com a saída do manda chuva João Dárcio, pelo prefeito Sebastião Almeida, na última quarta-feira, após o confronto entre a GCM e petistas em frente à Câmara no sábado, acabou com os poderes do agora só vereador do PTN. Ficou claro que a prática de João Dárcio, de servir a dois senhores a partir do momento em que deixou a Secretaria, não deu certo. Nos bastidores, nunca escondeu sua preferência pelo deputado Eli Correa Filho na sucessão de Almeida. Ou seja, a saída de Charaba foi o ponto final a uma relação que tinha tudo para não dar certo. 
 
Que saia o próximo
Como muitos secretários que serviram anos e mais anos a Almeida e ao PT, hoje criticam abertamente a administração que sempre fizeram parte, não será de se estranhar se em pouco tempo eles percam também os comandos das pastas onde deixaram pessoas de confiança.  
 

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