Sinalização precária e má iluminação podem ter contribuído com o grave acidente ocorrido na noite da última segunda-feira, que resultou na morte de duas crianças, no Parque Santo Agostinho, região do Taboão. Mikael Ramos, de 7 anos, andava de bicicleta com a prima Alini Ramos de Oliveira, 5, na garupa, pela rua Joaquina de Jesus, na altura do número 1556, quando foram atingidos por um coletivo da Empresa de Ônibus Vila Galvão. Os dois morreram no local.
"Temos uma iluminação precária e a sinalização de trânsito é péssima. Isto precisa ser mudado", disse a auxiliar de serviços gerais Dinamarca Amorim, 39. Ela, que é vizinha das vítimas, conta que viu quando as crianças foram atingidas e solicitou o resgate. Apesar de confirmar o frequente abuso da velocidade no local, Dinamarca diz que no momento do acidente não houve excesso.
Revoltados com o acidente, parentes e vizinhos depredaram o ônibus, um ponto e a cabine de fiscalização da empresa de no local. Um funcionário da Vila Galvão informou que o motorista Manoel Ambrosio Rocha, 47, está em estado de choque e permaneceu em observação em um hospital particular até a tarde de ontem. Ele será indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
A vizinhança descreve Mikael e Alini como crianças de bom comportamento. Ambas estudavam na escola municipal Benedito Vicente de Oliveira, próximo ao local. "As mães deles eram muito rígidas e cuidadosas com os filhos. Foi uma fatalidade", disse a irmã do menino, Elisangela Alves, 24.
No velório, diversos amigos e vizinhos se sensibilizaram com a dor da família. Uma amiga dos pais de Mikael e Alini disse que a mãe do menino não havia permitido que a criança saísse de casa com a bicicleta. "Ele pediu para dar uma volta com a bicicleta e a mãe disse que não, pois iria servir o jantar. Mas, enquanto ela colocava uma blusa em outra filha, Mikael chamou a prima e saiu. Foi tudo muito rápido", contou.