Economia

ONS: preço de liquidação de diferenças segue no teto

O preço de liquidação das diferenças (PLD) no mercado brasileiro continuará no limite máximo de R$ 822,83/MWh pela sexta semana consecutiva. Balizador do PLD, o custo marginal de operação (CMO) caiu em relação à semana anterior, porém permanece em patamares elevados, os quais indicam que o PLD continuará a operar no teto estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Nesta sexta-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou que o CMO para o período entre 22 e 28 de novembro ficou em R$ 1.048,14/MWh para todos os subsistemas. O valor é 6,9% inferior ao anunciado na sexta-feira passada, de 1.125,91/MWh, mas acima do preço-teto estabelecido pela Aneel para o PLD. O teto do PLD voltou a ser atingido em outubro, após quatro meses oscilando em patamares inferiores a esse. A divulgação do PLD oficial para a próxima semana deve ocorrer ainda nesta sexta-feira.

O Informe do Programa Mensal de Operação (IPMO) publicado semanalmente pelo ONS sinaliza que as condições de chuva para o mês de novembro pararam de apresentar deterioração, pela primeira vez desde o final de outubro. Ao mesmo tempo, as perspectivas em relação à demanda de energia apresentaram desaceleração em relação aos patamares anunciados nas semanas anteriores.

A previsão do ONS para a Energia Natural Afluente (ENA) no Sudeste do País, região responsável por 70% do armazenamento de água nas usinas hidrelétricas, foi elevada de 66% para 68% da média de longo termo (MLT) do mês de novembro. Esta é a primeira vez que o ONS revisa para cima a previsão de chuvas na região para este mês.

Na região Sul, onde o volume de chuvas ultrapassou a média histórica durante o mês de outubro, o ONS prevê que a ENA de novembro ficará em 92% da MLT, abaixo dos 98% da média estabelecidos na semana passada. A estimativa para o subsistema Nordeste foi elevada de 43% para 44% da MLT. A projeção para ENA na região Norte também foi elevada, de 73% para 78%.

Os números anunciados nesta sexta-feira, 21, pelo ONS são bastante semelhantes às projeções feitas duas semanas atrás pelo operador. No material divulgado no dia 7 de novembro, o ONS projetou CMO de R$ 1.092,07/MWh. As chuvas na região Sudeste seriam equivalentes a 69% da MLT em novembro. Na região Sul, a previsão estava em 92%. No Nordeste estava em 38% da MLT e no Norte, em 76% da MLT.

Com a percepção menos pessimista em relação ao nível de chuvas nos últimos dias de novembro, o ONS elevou de 14,9% para 15,5% a previsão do nível dos reservatórios no Sudeste no dia 30 de novembro. Este é o mesmo número projetado há duas semanas pelo operador.

A despeito do cenário mais otimista, o nível previsto pelo operador no final de novembro estaria abaixo da marca registrada no período seco de 2001, ano em que o Brasil passou por racionamento, e no pior nível desde o início do século, segundo levantamento da comercializadora Comerc. Ontem, os reservatórios do Sudeste armazenavam o equivalente a 15,78% da capacidade, queda de menos de um ponto porcentual em relação à marca de 16,53% de uma semana antes. O número comprova uma desaceleração no ritmo de queda do nível dos reservatórios na comparação com semanas anteriores.

No Sul, a projeção para os reservatórios ao final de novembro ficou em 64,7%, abaixo dos 68,6% previstos na semana passada. No Nordeste, a previsão foi elevada de 12,6% para 13,5%. Já na região Norte houve revisão de 28,2% para 29,6%. Ontem, o nível dos reservatórios nas três regiões estava em 72,79%, 13,22% e 29,27%, respectivamente.

Carga

O ONS também anunciou a quarta revisão nas estimativas de carga mensal no sistema nacional para o mês de novembro. E as previsões sugerem demanda menos robusta do que aquela projetada até semana passada. A carga mensal deve alcançar 66.331 MW médios, abaixo da projeção de 67.065 MW médios da semana anterior e dos 66.691 MW médios estimados de duas semanas atrás.

O número divulgado hoje representa uma expansão de 2% em relação à carga apurada em novembro do ano passado. A previsão da sexta-feira passada indicava alta de 3,2%. Duas semanas atrás, o número estimado apontava expansão de 2,9%.

O resultado reflete principalmente uma visão menos favorável em relação à carga da região Sudeste. O crescimento esperado para novembro foi reduzido de 2,3% para 0,5%. O mesmo ocorreu na região Nordeste, onde a previsão foi reduzida de 5,7% para 5%. Na região Sul, por outro lado, a previsão de carga foi elevada de 4,8% para 5,4%. A previsão para a região Norte foi reduzida de 1,4% para 0,8%, mas ainda no campo positivo, pela segunda semana consecutiva.

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