A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve a expectativa de que a produção de petróleo no Brasil seja em média de 3,78 milhões de barris por dia (bpd) neste ano. Para 2021, a projeção de 3,92 milhões de bpd, principalmente com impulso do petróleo bruto nas áreas do pré-sal, também permaneceu inalterada.
Com sede em Viena, na Áustria, a Opep destaca, em relatório mensal, que a produção de óleo bruto no Brasil cresceu para uma média de 3,09 milhões de bpd, uma vez que o fornecimento no campo petrolífero de Lula, no horizonte do pré-sal, se recuperou.
A produção brasileira de líquidos também, segundo a entidade, avançou para uma média de 3,85 milhões de bpd. "O crescimento mensal em Atapu e Búzios foi compensado pelo fechamento do campo Peregrino, da Equinor, no horizonte do pós-sal", acrescenta a Opep.
<b>Países fora da OCDE</b>-
A Opep revisou para cima sua projeção para a oferta da commodity em países fora da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) neste ano em torno de 310 mil barris por dia (bpd), conforme o relatório mensal. A entidade espera que tal fornecimento se reduza em cerca de 2,4 milhões de bpd, para 62,8 milhões de bpd (ante 62,5 milhões de bpd anteriormente).
De acordo com a Opep, a revisão na projeção da oferta de petróleo em países de fora do grupo se deu por conta de melhora nas estimativas para a produção dos Estados Unidos, Rússia, China e México. Por outro lado, tais ajustes foram parcialmente compensados por revisões para baixo no Canadá, Brasil e Tailândia.
No segundo trimestre, a oferta de petróleo se reduziu em 5,7 milhões de barris por dia na comparação com os três meses anteriores, na esteira da pandemia do novo coronavírus, enquanto a demanda global encolheu em 10,1 milhões de bpd.
"Embora se preveja uma recuperação mais lenta da produção de petróleo bruto dos EUA como principal fator para o fornecimento dos países fora do grupo, a produção de líquidos de gás natural (LGNs) tem sido maior do que o esperado", observa a entidade.
Nos Estados Unidos, o número de plataformas de petróleo em operação aumentou em 4, para 193 na semana encerrada em 9 de outubro. Esta é, conforme a Opep, a terceira semana seguida de elevações. Por outro lado, pondera, os furacões tiveram um impacto na produção no Golfo do México.
A Opep espera que o fornecimento de líquidos fora do grupo se recupere gradualmente em 7 mil barris por dia e 8 mil barris por dia no terceiro e quarto trimestres, respectivamente. "A oferta de petróleo em 2020 deve diminuir principalmente na Rússia, EUA, Canadá, Casaquistão, Colômbia, Malásia e Azerbaijão, e deve crescer na Noruega, Brasil, China, Guiana e Austrália", destaca a Opep.
<b>Pressão negativa</b>
Para 2021, a Organização ajustou para baixo sua previsão para a produção de líquidos em países fora da OCDE em 110 mil de bpd, principalmente nos EUA, para crescer 9 mil de bpd, para uma média de 63,68 milhões de bpd. "A pressão negativa permanece devido ao aumento das infecções por covid-19 em todo o mundo, especialmente na Europa", justifica a entidade.
Segundo a Opep, os principais impulsionadores do crescimento da oferta são os Estados Unidos, com alta em 300 mil de bpd, Canadá, com aumento de 200 mil de bdp, além de Brasil e Noruega, onde a maior parte desse crescimento representa uma recuperação da produção a partir de 2020, em vez de novos projetos.