Economia

Operações compromissadas atingem saldo recorde em agosto

As operações compromissadas chegaram ao seu maior nível histórico em agosto, ao passarem de um total de R$ 151,678 bilhões em julho para R$ 189,669 bilhões no mês passado. Antes, o recorde havia sido maio de 2013, quando bateu em R$ 177,655 bilhões e o mundo ainda digeria a sinalização de fim do afrouxamento monetário dada pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 26, pelo Banco Central.

Parte desse movimento de alta das compromissadas em agosto pode ter ocorrido em função da liberação de recolhimentos compulsórios. Na comparação entre agosto e julho, o total desses recursos que ficam obrigatoriamente depositados no BC caiu cerca de R$ 23 bilhões – um reflexo de medidas adotadas pela autoridade monetária para estimular o crédito. Segundo o chefe do Departamento Econômico da instituição, Túlio Maciel, esse capital pode ter migrado para esse tipo de operação.

As operações compromissadas ocorrem quando uma instituição financeira necessita de recursos por um tempo determinado e não quer se desfazer definitivamente de parte de seu patrimônio. Então, o banco vende determinado título com a garantia, o “compromisso” de comprá-lo no futuro novamente. Na prática, se trata de um financiamento ou um “aluguel” do papel, já que, no período em que o título está em outras mãos, rende juros. São esses papéis também a garantia do negócio.

As operações compromissadas podem ser feitas por basicamente qualquer integrante do sistema financeiro. No caso dos bancos de porte menor, por exemplo, que encontram mais dificuldades de obter dinheiro de forma imediata, a operação é vista como um atalho para obter recursos. No caso dos maiores, a atratividade fica por conta dos custos mais baixos. Vale lembrar que as operações compromissadas estão fora do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

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