A possível presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do cubano Miguel Díaz-Canel, cuja participação foi já confirmada, na VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que ocorrerá em Buenos Aires a partir desta segunda, 23, entrou na disputa eleitoral argentina.
Patricia Bullrich, presidente do Proposta Republicana, partido de oposição ao presidente Alberto Fernández, disse neste domingo, 22, que vai pedir à DEA, agência antidrogas dos EUA, para prender o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se este entrar na Argentina.
"Amanhã (segunda-feira) farei uma apresentação à DEA. Porque há um pedido de captura contra Maduro por sua participação no Cartel de los Soles", disse Bullrich. Segundo ela, o pedido poderia levar à prisão do presidente venezuelano pelas denúncias às quais responde nos EUA por narcotráfico.
Bullrich, que foi ministra da Segurança durante a gestão de Mauricio Macri (2015-2019), baseará seu pedido em um acordo bilateral assinado entre Argentina e EUA em 1998. Ela traçou um paralelo com a prisão de Augusto Pinochet em Londres, também em 1998.
Bullrich é uma das presidenciáveis pela coalizão Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança), de direita, para as eleições de outubro. O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, e o próprio Macri são considerados possíveis candidatos, mais moderados que Bullrich, da direita. Macri considerou a possível presença de Maduro na Argentina "uma vergonha".
<b>Críticas</b>
Além da petição de Bullrich, um advogado que representa duas "vítimas de crimes contra a humanidade perpetrados pelo governo de Nicolás Maduro" na Venezuela pediu que o presidente fosse chamado investigação da Justiça argentina em sua próxima visita a Buenos Aires.
Na quarta, 18, o Fórum Argentino para a Democracia na Região (FADER), grupo formado por líderes políticos da oposição da Argentina e Venezuela, ativistas de direitos humanos, intelectuais e jornalistas, pediu à Justiça argentina que Maduro, Daniel Ortega, presidente da Nicarágua, e Díaz-Canel, de Cuba, sejam investigados por "crimes contra a humanidade". São esperados protestos contra a presença dos três.
Diante das críticas, o embaixador argentino na Organização dos Estados Americanos (OEA), Carlos Raimundi, considerou que "é muito importante ter um espaço de diálogo, de ponte" como a Celac e pediu que deixassem "que cada povo construa à sua maneira". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>