A organização do Brasil Open minimizou as críticas de parte do público e de tenistas ao fim da edição finalizada neste último domingo, em seu retorno ao Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Ao longo da semana, jogadores reclamaram da qualidade das quadras de treino e torcedores não esconderam a decepção com um apagão na quadra central, durante jogo do brasileiro Thomaz Bellucci.
“Acho que nossas quadras de treino são boas e super adequadas para os treinos”, afirmou Roberto Marcher, diretor do torneio brasileiro, de nível ATP 250. “Em Hamburgo, no país conhecido por ter as melhores quadras de saibro da Europa, o Bellucci treinava numa quadra bem pior que as nossas. E lá o torneio é de nível ATP 500”, comparou.
Em uma avaliação geral sobre a competição, Marcher considerou a edição 2018 do Brasil Open “espetacular”. “Foi espetacular, o melhor Brasil Open de todos”, avaliou, ao considerar as dificuldades de se transferir o torneio novamente para o Ibirapuera – foi disputado no Esporte Clube Pinheiros nas duas edições anteriores, em 2017 e 2016.
“Não é fácil tirar o torneio de um local privado para um local estatal. Tem negociações financeiras. E saiu de um local descoberto, com seis quadras para jogar e mais tantas para treinar. E vem para cá, com apenas duas quadras para jogar, mas indoor. A vantagem é que não chove. Mas a programação é complicada de montar porque há menos quadras.”
Outra vantagem apontada por Marcher é a capacidade maior de público na quadra central. Atualmente o Ginásio do Ibirapuera consegue abrigar pouco mais de 9 mil pessoas. E, na final deste domingo, recebeu 7.667 torcedores. Para efeito de comparação, a quadra central do Rio Open, montada no Jockey Club Brasileiro, possui 6.200 lugares. E lá a quadra não passou de 80% de lotação no sábado e no domingo, dias das semifinais e finais, segundo conferiu in loco a reportagem do Estado.
No total, o Brasil Open deste ano recebeu 42.548 torcedores ao longo da última semana, em sua 18ª edição. Só teve público menor do que no ano de 2013, quando o astro da competição foi o espanhol Rafael Nadal. Naquele ano, cerca de 45.000 compareceram ao ATP 250 brasileiro ao longo de sete dias de disputas da chave principal.
Para outra comparação, o Rio Open deste ano foi acompanhado por aproximadamente 48.000 torcedores, sendo que a competição carioca é de nível ATP 500 e teve, entre outros atrativos, a presença dos duplistas brasileiros Marcelo Melo e Bruno Soares, que estão entre os melhores do mundo, e contou com três tenistas do Top 10 do ranking de simples.
Para o diretor do Brasil Open, o bom público em São Paulo se deve ao amadurecimento dos torcedores. “Aqui, se um brasileiro perde, o público continua (no Ibirapuera para assistir a outros jogos envolvendo tenistas estrangeiros). O brasileiro está começando a gostar mais de tênis, a entender”, opinou.