As principais bolsas da Europa encerraram o pregão desta segunda-feira em alta firme, em meio ao otimismo com as vacinas para a covid-19 e na esteira dos amplos estímulos monetários para a recuperação econômica. A liquidez, contudo, foi menor do que a usual, uma vez que é feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos. O índice pan-europeu Stoxx 600 terminou o dia cotado a 367,97 pontos, alta de 1,67%.
Os investidores europeus acabaram deixando de lado neste primeiro pregão da semana a onda vendedora que varreu os mercados americanos na semana passada. A ausência das mesas de operação americanas foi pontuada por alguns participantes do mercado como motivador do movimento de alta no Velho Continente.
"Se isso vai durar uma vez que os EUA voltem à briga, resta saber, já que a liquidação da semana passada foi um evento impulsionado pelo setor de tecnologia. Sem esse norte do lado de cá do Atlântico, torna difícil para que os operadores europeus tenham uma noção para onde as coisas vão. Mas será uma semana forte, com a reunião do Banco Central Europeu (BCE) culminando na quinta-feira, e o mercado parece precificar o desfecho do encontro, ganhando impulso antes da decisão", escreveu, em relatório, o analista-chefe de mercado da corretora britânica IG, Chris Beauchamp.
Para o analista sênior de mercado da fintech Eburry, Matthew Ryan, as comunicações do BCE terão uma inclinação mais "dovish" diante de dados decepcionantes de inflação na zona do euro recentemente. "Ao contrário de alguns de seus principais homólogos, o único mandato do BCE é elevar a inflação no bloco para perto, mas um pouco abaixo de sua meta de 2%. A completa ausência de pressão inflacionária no bloco será, portanto, uma preocupação significativa para o banco central e pode muito bem dominar as discussões entre o comitê esta semana", afirmou, em relatório. Esse cenário, pontuou o analista, sugere estímulos econômicos adicionais em um futuro próximo.
Além de se antecipar ao cenário de possíveis estímulos, os investidores europeus ficaram de olho no noticiário envolvendo a provável vacina contra a covid-19. Nessa seara, a fase 2 da imunização da BioNTech e da Pfizer foi aprovada na Alemanha. Caso esse estágio seja bem-sucedido, faltará apenas uma etapa clínica para comercialização das doses.
Na Bolsa de Londres, uma das principais altas foi a da farmacêutica AstraZeneca. Os papéis da companhia subiram 3,89%. A tensão com o impasse do Brexit acabou ficando de lado e o índice FTSE-100 terminou aos 5.937,40 pontos, ganho de 2,39%.
Destaque também para o comportamento do setor financeiro europeu, um dos mais ajudados quando se fala em estímulos monetários. As ações do italiano Intesa Sanpaolo avançaram 0,85%, as do francês BNP Paribas subiram 0,47% e as do espanhol Banco de Sabadell tiveram ganho de 2,01%.
Entre os índices acionários, o FTSE Mib, de Milão, subiu aos 19.738,01 pontos (+1,79%), o CAC 40, de Paris, avançou para 5.053,72 pontos (+1,79%) e o IBEX 35, de Madri, saltou aos 7.080,70 pontos (+1,30%).
O DAX, de Frankfurt, subiu para 13.100,28 pontos (+2,01%) e o PSI 20, de Lisboa, avançou aos 4.308,44 pontos (+1,42%).