Policial

Pagodeiro acusado de matar ex-mulher vai a júri nesta quarta-feira

Julgamento acontece mais de 4 anos após a morte de Andréa Cristina, em novembro de 2008. Ela caiu do 3º andar do prédio em que morava numa travessa da avenida Timóteo Penteado, no Picanço, em Guarulhos

Foragido desde 2008, o pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, 40 anos, vai a júri popular nesta quarta-feira, em Guarulhos. Ele é acusado pela morte da ex-mulher Andréa Cristina Bezerra Nóbrega, 31 anos, em 18 de novembro de 2008, e pela tentativa de homicídio de seu filho, L.M.N, que tinha 6 anos à época.

Sem nunca ter se apresentado à polícia ou à Justiça, ele – por meio de seus advogados – sempre negou o crime. Apesar de sua defesa garantir presença no júri, não há certeza se ele se apresentará no Fórum de Guarulhos.

Andréa morreu após cair da janela do terceiro andar do prédio onde morava, em Guarulhos, enquanto o menino foi internado com uma fratura do maxilar, após cair sobre a marquise da edificação.

De acordo com o advogado Ademar Gomes, responsável por sua defesa, a presença ou não dele no julgamento está condicionada à apresentação de alguns vídeos solicitados no processo. "Caso haja o indeferimento, ele não comparecerá", disse. Gomes se queixou que até as 18h desta terça-feira o Ministério Público não havia devolvido o processo ao cartório do Fórum de Guarulhos. E que devido ao "atraso", ele não sabia se o seu pedido para a apresentação dos vídeos havia sido deferido. "Esses vídeos são muito importantes para a defesa", disse, sem revelar o seu conteúdo.

"Se o pedido da apresentação dos vídeos não for deferido, ele (Evandro) não vai se apresentar. Ele só estará presente se não houver qualquer cerceamento de sua defesa, que deve ter a plenitude total". De acordo com o advogado, o réu se encontra a uma distância de cerca de 100 km da capital paulista e, se for o caso, estará apto a se apresentar", disse.

Juntamente com Ademar Gomes, o advogado Eugênio Malavasi Gomes também estará no plenário para defender o réu. Ele atuou na defesa de Carla Cepollina no julgamento em que ela era acusada pela morte do coronel Ubiratan Guimarães, comandante da operação policial que terminou com 111 mortos no episódio que ficou conhecido como "Massacre do Carandiru", em 1992. Cepollina foi absolvida em júri popular em novembro do ano passado, seis anos após o crime.

A acusação será feita pelo promotor Rodrigo Merli Antunes, que atuou, em março, na condenação de Mizael Bispo dos Santos. Na ocasião foi decidida uma pena de 20 anos de prisão ao réu pela morte da ex-namorada Mércia Nakashima, em 2010. Antunes acredita que Evandro irá comparecer ao júri. Em sua opinião, sua ausência provocaria uma condenação certa. Para a promotoria, após uma briga entre o casal, Evandro teria ameaçado a vítima com uma faca e ela teria saltado pela janela com o filho.

Entre as testemunhas que serão ouvidas pelo juiz Paulo Eduardo de Almeida Chaves Marsiglia está o filho de Evandro, L.M.N, hoje com 10 anos. Ele será ouvido em sigilo. No momento do depoimento, o plenário será esvaziado.

Na época do crime, ele foi ouvido por delegado, um promotor, uma psicóloga e uma assistente social. O garoto chegou a desenhar um homem com uma faca na mão e uma mulher com uma criança no colo. Relatou ainda uma briga entre o casal.

 

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